Com a peça “Extinção”, a atriz Denise Stoklos percorre 50 anos de carreira em 70 minutos. Não se trata de um desfile de sucessos. A criadora do “teatro essencial” —método que coloca o ator no centro de uma cena que dispensa figurino, cenografia e até palco —, promove um balanço instável e explosivo de sua obra, agora com direito a cenografia e figurino. Inspirada no romance “Extinção” (1986), do austríaco Thomas Bernhard (1931-1989), ela promete matar o passado para gerar o novo. “Conto minha vida de uma forma ambivalente, falseando ou confessando fatos, como Bernhard”, afirma. Uma das mentiras é a dos pais repressores. Na verdade, a família liberal incentivou a “guria-prodígio” de Irati, Paraná, a fazer faculdade em Curitiba. Foi lá, em 1968, que ela estreou numa peça sobre a mais-valia. Depois seguiu uma carreira ultrassolo, em que pesquisou os limites da mímica e do texto, e evitou a política. “Não quer dizer que eu não toque a política”, diz. “Apesar de meu individualismo, desejei reforçar em cada pessoa da plateia um desejo de transformação em sua luta por amor e liberdade.” Teatro Anchieta (SP), até 20/5. A peça deve percorrer dezenas de cidades ainda este ano.

4 momentos da atriz

“Maria Stuart” (1987)
Com sua versão da peça de Schiller em Nova York, inicia carreira global

“Círculo Na Lua, Lama Na Rua” (1968)
Estreia numa peça marxista em Curitiba

“Casa” (1990)
Com uma peça baseada em mímica , faz sucesso em Berlim“Vendo Gritos e Palavras” (2014) Resumo do “teatro essencial”

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