A pastora Denise Seixas renunciou ao cargo de presidente interina da igreja Bola de Neve na noite desta quarta-feira, 12. A religiosa é viúva do Apóstolo Rina, fundador da instituição que morreu em um acidente de moto na Rodovia Dom Pedro I, em Campinas (SP), em novembro de 2024.
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Denise foi reconhecida como presidente interina da Bola de Neve pela 12ª Vara Cível do TJSP (Tribunal de Justiça de São Paulo) em janeiro deste ano após uma batalha judicial com o conselho deliberativo da igreja.
Em contato com a IstoÉ, a Bola de Neve informou que a decisão de Denise foi tomada de maneira alinhada com a direção e o conselho da igreja para o “benefício de toda a comunidade e membresia”. “Permite que o legado do Apóstolo Rina seja continuado e ampliado”, declarou a instituição.
Disputa entre Denise e conselho da Bola de Neve
Após a morte do apóstolo Rina, se iniciou uma disputa pelo comando da Bola de Neve Church. A instituição alegou que Denise Seixas, que pediu medidas protetivas contra Apóstolo Rina após denunciá-lo por violência psicológica, invadiu a sede na tentativa de assumir a presidência da entidade.
Em dezembro de 2024, a Justiça expediu um mandado que autorizava a Polícia Militar a fazer um “arrombamento, caso necessário” para cumprir uma determinação de reintegração de posse para tirar Denise do cargo.
Segundo o mandado do TJ-SP, a partir de elementos apresentados pela Bola de Neve, foi possível apontar que Denise teria renunciado ao cargo de vice-presidente da associação, que ocupava antes do divórcio, e outros representantes foram escolhidos pela entidade.
Posteriormente, a 12ª Vara Cível entendeu que a pastora deveria ser reconhecida como presidente interina. A juíza Camila Bariani entendeu que “concomitantemente à temporária atuação da Sra. Denise como presidente interina e vice-presidente, é necessário que se estabeleça diretoria administrativa e conselho deliberativo interinos, de modo que a administração patrimonial da igreja evangélica Bola de Neve seja viabilizada durante o trâmite do presente processo”.
Além disso, ressaltou que o estatuto social da organização religiosa tem lacunas nesse sentido. Concentra grande parte dos poderes decisórios apenas na figura do presidente — o que se mostra temerário, diante do atual cenário conflituoso para definição da presidência”, completou a magistrada.
Portanto, a Justiça manteve na Bola de Neve o mesmo corpo deliberativo que exercia funções antes da morte do Apóstolo Rina.