A presidente da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, anunciou formalmente nesta quinta-feira (24) que os legisladores criarão um comitê especial para investigar a invasão do Congresso dos Estados Unidos, semanas depois que os republicanos no Senado bloquearam a formação de uma comissão do estilo bipartidário dos ataques de 11 de setembro.

“Esta manhã, com grande solenidade e tristeza, anuncio que a Câmara estabelecerá um comitê seleto sobre a insurreição de 6 de janeiro”, disse a democrata Pelosi.

Pelosi descreveu o ataque ao Capitólio, a sede legislativa dos EUA, por partidários do então presidente Donald Trump como um “dia das trevas” para a nação que requer uma investigação completa.

“É imperativo que estabeleçamos a verdade daquele dia e nos certifiquemos de que tal ataque não volte a ocorrer”, destacou.

O comitê será chefiado por um democrata, mas a presidente disse esperar que o principal republicano da Câmara nomeie “pessoas responsáveis”.

Pelosi também criticou os republicanos “covardes” que, segundo ela, obedeceram às ordens de seu líder da minoria no Senado, Mitch McConnell, ao pedir-lhes que votassem contra a criação de uma comissão bipartidária mais ampla há um mês.

Seis republicanos romperam as fileiras e votaram com os democratas para lançar a comissão, mas faltavam quatro votos para atingir o número necessário e promover o projeto.

Em uma demonstração de lealdade a Trump, e provavelmente preocupados sobre como as conclusões de uma investigação poderiam afetar as eleições de meio de mandato em 2022, os republicanos restantes votaram contra o lançamento da investigação.

Pelosi rejeitou as preocupações de que as conclusões do comitê especial possam ser rejeitadas pelo público porque não é uma comissão totalmente bipartidária.

Em 6 de janeiro, centenas de apoiadores de Trump invadiram o Capitólio, interrompendo uma sessão para confirmar a vitória de seu rival democrata e vencedor da eleição, Joe Biden.

Posteriormente, milhares de membros da Guarda Nacional e da polícia foram mobilizados em Washington para evitar novos distúrbios.

Desde 6 de janeiro, a polícia federal (FBI) prendeu e indiciou cerca de 440 pessoas envolvidas nos eventos contra o Congresso, dezenas delas associadas a grupos de milícias armadas.