Os senadores democratas inciaram nesta segunda-feira (9) o processo de negociações no Congresso para a aprovação de um plano orçamentário voltado para gastos sociais de 3,5 trilhões de dólares, que descrevem como o “mais relevante” desde os anos 1930.
Este plano, que projeta gastos em 10 anos, faz parte da agenda do presidente Joe Biden, que também inclui um programa de infraestrutura de US$ 1,2 trilhão que, com o raro apoio de legisladores republicanos, deve ser aprovado terça-feira no Senado antes de chegar à Câmara dos Representantes.
O montante da iniciativa social é quase igual ao PIB da Alemanha em 2020.
Esta é “a legislação mais relevante para trabalhadores, idosos, crianças, doentes desde o New Deal de FDR (presidente Franklin Delano Roosevelt) na década de 1930”, disse o senador independente Bernie Sanders, presidente da Comissão de Orçamentos.
“Isso também colocará os Estados Unidos em uma posição de liderança global no combate às mudanças climáticas”, disse ele.
O plano inclui recursos para o clima, novos investimentos em infraestrutura com elementos que ficaram de fora do pacote específico do Senado para este fim, residência para milhões de migrantes e recursos para dois anos de mensalidades em universidades públicas.
Os senadores têm até 15 de setembro para propor emendas ao projeto.
A maioria democrata no Congresso planeja aprová-lo pelo mecanismo conhecido como “reconciliação”, que concederia luz verde por maioria simples no Senado, sem a necessidade de compor uma maioria especial, com votos de republicanos que se opõem fortemente a iniciativa.
O Congresso deve aprovar leis sobre gastos antes de 30 de setembro para evitar uma paralisação do governo federal ou estender o orçamento do ano fiscal atual para o novo que começa em outubro, enquanto o debate continua.
Negociações difíceis sobre o texto final são esperadas até meados de setembro.
Um detalhe fundamental é que a iniciativa não inclui aumento do teto da dívida federal. Isso poderia desencadear outra batalha no Congresso para evitar um default, já que os democratas precisam dos votos republicanos para aumentar o montante de empréstimos permitido, algo que seus líderes têm recusado até agora.