Demanda por soja dos EUA deve cair após alta de preço, diz USDA

Demanda por soja dos EUA deve cair após alta de preço, diz USDA

Por Mark Weinraub

CHICAGO (Reuters) – A demanda por soja dos Estados Unidos está caindo à medida que safras abundantes na América do Sul prejudicam as perspectivas de exportação norte-americanas, disse o governo dos EUA nesta terça-feira.

As grandes colheitas no Brasil e na Argentina também farão com que os processadores dos EUA reduzam o ritmo esperado de esmagamento de soja, à medida que compradores estrangeiros procuram fornecedores alternativos para atender suas necessidades de farelo de soja, de acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, na sigla em inglês).

A visão de baixa da demanda empurrou os futuros de soja para mínimas da sessão, com o contrato mais ativo sendo negociado em queda de 4,3% por volta do meio-dia. Os preços mais baixos das safras podem ajudar a aliviar os custos dos alimentos que vêm impulsionando a inflação.

“O negativismo vem do fato de que o USDA está reduzindo a demanda”, disse Jack Scoville, analista do The Price Group.

O USDA reduziu sua perspectiva para as exportações de soja dos EUA em 65 milhões de bushels e sua projeção para o esmagamento americano em 10 milhões de bushels, conforme relatório mensal de estimativas de oferta e demanda agrícola mundial.

Essas medidas, combinadas com um corte na área plantada nos EUA feito em junho, depois que os agricultores semearam menos hectares de soja do que o planejado em março, levaram a uma previsão de colheita de soja 2022/23 de 4,505 milhões de bushels e uma estimativa de estoques finais de 230 milhões de bushels. Analistas esperavam estoques de 211 milhões e produção de 4,532 bilhões.

Os futuros da soja subiram para níveis recordes em junho, com a invasão da Ucrânia pela Rússia derrubando os fluxos globais de transporte marítimo. Mas os preços em alta provocaram preocupações com a demanda, principalmente porque os temores sobre uma recessão global aumentaram, e os futuros caíram de volta ao mesmo nível em que estavam sendo negociados há um ano.

O USDA também elevou sua previsão para a produção norte-americana de milho, depois de levar em consideração as perspectivas de área plantada de junho, que mostraram que os agricultores conseguiram semear mais grãos do que o planejado na primavera, apesar do tempo chuvoso que atrasou os plantios.

A produção de milho foi fixada em 14,505 bilhões de bushels, 45 milhões de bushels acima da previsão anterior do USDA.

(Reportagem adicional de Karl Plume)

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