A Agência Internacional de Energia (AIE) prevê que a demanda por petróleo e derivados deve cair em cerca de 70 mil barris diários de petróleo (BDP) no decorrer de 2016 no Brasil. A queda é gerada pela recessão vivida pelo País. Com esse recuo, o País deve terminar o ano com consumo médio de 3,12 milhões de barris diários.

O relatório mensal da entidade divulgado na manhã desta terça-feira, 14, destaca que a demanda brasileira por combustíveis caiu pelo décimo mês consecutivo no mês de abril. O recuo mensal de 120 mil barris ante igual mês do ano passado, porém, foi menor que o esperado pelos analistas. A demanda por petróleo e derivados teve queda anual de 3,7%, ritmo menos intenso que o tombo de abril de 7,2% da atividade industrial e do índice gerente de compras (PMI) do setor manufatureiro que marcou 41,6 em maio.

Apesar de a queda ter sido menos intensa no mês de abril, a AIE nota que os mesmos indicadores antecedentes ainda sugerem que a fraqueza da indústria continuará por mais algum tempo e as previsões de demanda, portanto, são prejudicadas por esse quadro.

Segundo as estimativas da entidade, o consumo médio brasileiro ficou em 3,02 milhões de barris no primeiro trimestre, deve somar 3,09 milhões no segundo trimestre e há expectativa de alguma recuperação na segunda metade do ano. Mesmo assim, eventual reação não será suficiente para evitar a queda anual da demanda. Para o terceiro trimestre, a AIE espera demanda de 3,17 milhões de barris diários e consumo de 3,19 milhões de barris no quarto trimestre.

Para 2017, as perspectivas “permanecem precárias”, diz a AIE. Usando como referência a previsão de que a economia continuará com problemas e não terá força para se recuperar da recessão no próximo ano, a entidade estima que a demanda média deve ficar em 3,2 milhões de barris no próximo ano.