As ilhas e deltas muito povoados estão ameaçados pelo aumento do nível dos oceanos, que poderia ser de entre 70 cm e 1,2 metro antes de 2300, mesmo que os objetivos do Acordo de Paris sejam respeitados, advertiram cientistas.

“A forma como as emissões (de gases de efeito estufa) evoluírem nas próximas décadas determinará nossos litorais nos próximos séculos”, declarou à AFP um dos autores do estudo, Matthias Mengel.

Quase 100 milhões de pessoas vivem atualmente em zonas situadas um metro sobre o nível do mar, como ocorre no delta do Nilo ou em Bangladesh.

O aumento do nível do mar dependerá da velocidade em que se reduzam as emissões de gases de efeito estufa, responsáveis pelas mudanças climáticas, lembra o estudo, realizado pelo Instituto de Potsdam para a Pesquisa sobre a Mudança Climática e publicada na revista científica Nature Communications.

O Acordo sobre o Clima de Paris, de 2015, buscar limitar o aumento das temperaturas abaixo de 2ºC em relação à era pré-industrial e que o máximo de emissões de gases de efeito estufa se alcance o quanto antes.

“Cada atraso de cinco anos para alcançar o máximo de emissões entre 2020 e 2035 poderia implicar um aumento de 20 centímetros do nível dos oceanos”, segundo o comunicado.

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Os oceanos aumentaram em média 20 cm desde o final do século XIX, quando começou a era pré-industrial, segundo o Grupo Intergovernamental de Especialistas sobre a Evolução do Clima (GIEC).

O aumento do nível do mar é fruto de vários fatores, como o aumento da temperatura dos oceanos, o degelo das geleiras das montanhas, das calotas glaciares e da Groenlândia e Antártica.

“Parece possível que haja derretimentos significativos de geleiras, mesmo que o aquecimento seja moderado, em linha com os Acordos de Paris”, indicou Mengel.


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