Procurador que lidera as operações da Lava Jato, Deltan Dallagnol foi um dos premiados do evento Brasileiros do Ano, na categoria Justiça, realizado pela Editora Três nesta segunda-feira (2) em São Paulo.
“O apoio que a Lava Jato de todos vocês e da sociedade brasileira renova as nossas forças. Recentemente fui fazer alguns exames porque senti que estava comendo mal, dormindo mal, não fazendo atividades físicas e o médico me disse ‘pode continuar fazendo tudo isso que o corpo aguenta. Mas continua firme na Lava Jato’, disse ele. Com isso, renovei minhas forças para seguir combatendo a corrupção no País. Esse prêmio também vai a todos aqueles que nos auxiliam com seus sacrifícios pessoais. Essa homenagem pertence a todos os brasileiros e brasileiras que lutam contra a corrupção. Eu tenho orgulho de fazer parte dessa causa, podendo representar esse time como curador do prêmio. Eu não estaria ainda se não fosse o apoio da mulher da minha vida. Fernanda, eu quero dizer a você e aos nosso filhos filhos, muito obrigado por serem fontes de amor e coragem”, disse Dallagnol.
“A Lava Jato esse ano ofereceu mais de R$ 2 bilhões de retorno aos cofres públicos. Quando sentimos vontade de desistir, lembramos todos os motivos que nos fazem seguir essa luta em busca dos direitos humanos, espalhando Justiça e reduzir a desigualdade social e aí tudo se faz valer a pena”, complementou ele.
A Lava Jato teve um ano bastante difícil. Depois de ter sido responsável por dezenas de condenações de criminosos que desviaram mais de R$ 40 bilhões dos cofres da Petrobras, entre eles o ex-presidente Lula e dirigentes de vários partidos, como PT, MDB e PP, o procurador esteve às voltas com várias ações que prejudicaram o andamento da operação.
Apesar disso, em nenhum momento constatou-se irregularidades em suas ações. “Não houve nenhum equivoco no nosso trabalho. Afinal, tenho recebido solidariedade por todos os locais que passo em razão dos ataques injustos que sofremos”, disse o procurador ao comentar sua escolha, pela ISTOÉ, como o “Brasileiro do Ano” na Justiça. “Vejo a homenagem como um reconhecimento à importância da causa da anticorrupção no nosso país”.