Dell celebra nuvem privada em evento em SP

Coluna: André Cardozo

Coluna que cobre temas como cloud computing, Inteligência Artificial e outras tendências do mundo da tecnologia. Editada por André Cardozo, jornalista com mais de 20 anos de experiência na cobertura de tecnologia

Dell celebra nuvem privada em evento em SP

Segundo Diego Puerta, presidente da companhia no Brasil, o atual modelo baseado em nuvem pública não dá mais conta do recado

André Cardozo
Diego Puerta, presidente da Dell, durante o Dell Forum em São Paulo Foto: André Cardozo

A Dell realizou nesta quinta-feira (9) em São Paulo o Dell Forum, principal evento aqui no Brasil da tradicional empresa de tecnologia. Diego Puerta, presidente da Dell no Brasil, fez uma apresentação em que compartilhou a visão da empresa sobre nuvem e IA. Os principais pontos foram:

Com o crescente volume de dados gerados nas bordas da nuvem, o atual modelo baseado fortemente em nuvem pública não dá mais conta do recado. Diego apontou questões como lock-in, imprevisibilidade de custos e soberania de dados como alguns dos fatores que limitam a nuvem pública.

Este cenário fica ainda mais complexo com o crescimento das aplicações de IA, que, segundo Diego, devem estar próximas dos dados, ou seja, no mesmo ambiente computacional. Por isso, a Dell vem investindo em soluções de nuvem privada, como o AI Factory, em parceria com a Nvidia.

Críticas ao Redata

Outro assunto do evento foi o Redata, novo projeto aprovado pelo governo para estimular a construção de datacenters no Brasil. O plano prevê a diminuição de impostos para a importação de servidores e outros componentes para datacenters.

A Dell fabrica servidores no Brasil e, na visão de Puerta, o Redata poderia servir como uma oportunidade para estimular a indústria local a vender equipamentos para datacenters não somente no País, mas também localizados em nações vizinhas.

“Poderíamos gerar mais empregos, de forma contínua, gerar mais recursos para o País, em vez de apenas importar servidores e usar a energia limpa do Brasil. É praticamente um caso de extrativismo moderno”, afirmou.

Puerta argumentou ainda que datacenters não geram uma grande quantidade de empregos após o fim das obras. “É um investimento que é feito de uma vez e que, após pronto, não gera muito emprego. São poucas pessoas gerenciando, muitas fora do Brasil”, disse.