Após décadas de atuação em campos políticos opostos, Delfim Netto se aproximou do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha do petista de 2002. Na época, ele declarou seu voto a Lula.

Com Lula eleito em 2002, o ex-ministro tornou-se um interlocutor privilegiado do presidente. Deu apoio à política econômica do governo e chegou a integrar o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.

Delfim Netto chegou a declarar que “Lula salvou o capitalismo brasileiro”, pela forma como conduziu o país em meio à turbulenta crise financeira internacional de 2008. Ele chegou também a celebrar as decisões recentes do STF que anularam as condenações contra Lula na Justiça Federal em Curitiba, em relação à Lava Jato, que permitiram que Lula se candidatasse novamente e fosse eleito pela terceira vez, em 2022.

“O Lula tem sido objeto de uma perseguição ridícula. O governo dele foi bastante bom”, disse o ex-ministro, em entrevista à Radio Bandeirantes.

Sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro, no entanto, o ex-ministro assumiu uma postura crítica. Quando o governo Bolsonaro completou mil dias, o ex-ministro chamou o período de “confusão e noite de Sherazade”: “De dia é uma trapalhada e de noite mentindo”, afirmou. E continuou: “tem sido uma tragédia, mil dias de confusão, de preconceito, ideias equivocadas. Infelizmente, estamos em pleno subdesenvolvimento acelerado”.