O ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa, acusado de participação no assassinato da ex-vereadora Marielle Franco, escreveu um bilhete para o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes em que nega conhecer o deputado federal Chiquinho Brazão (Sem-partido) e seu irmão Domingos, ex-presidente do Tribunal de Contas do Rio, e afirma que Ronnie Lessa mentiu em seu depoimento. 

De acordo com reportagem do Globo, Rivaldo aproveitou o recebimento de um mandado de citação na Penitenciária Federal de Brasília para se comunicar com Moraes.

“Aos exmos ministros, eu nunca falei com esses outros denunciados. O inquérito 901/00266/19 possui provas técnicas da mentira do assassino da vereadora Marielle e do motorista Anderson. No STJ, há uma decisão de que eu não participei das investigações”, escreveu Barbosa. 

Em maio ele já havia escrito outro bilhete pedindo “pelo amor de Deus” para ser ouvido. Barbosa está preso desde o dia 24 de março.   

Entenda o caso

Em delação premiada, Ronnie Lessa afirmou que Chiquinho Brazão tinha problemas com Marielle desde que ela foi contra o projeto de lei 174/2016, que buscava regularizar terrenos em áreas controladas pela milícia nas regiões de Vargem Grande, Vargem Pequena, Itanhangá e Jacarepaguá, na zona oeste do Rio. A vereadora votou contra o projeto, mas ele avançou com apenas um voto a mais do que o mínimo necessário para ser aprovado. 

O papel de Barbosa, de acordo com Lessa, era dificultar que as investigações chegassem ao nome do deputado federal e de seu irmão. 

De acordo com a denúncia apresentada pela Procuradoria Geral da República (PGR), os Brazão informaram sobre o plano de matar a parlamentar a Barbosa, que teria usado sua autoridade como chefe de Polícia Civil “para oferecer a garantia necessária aos autores intelectuais do crime de que todos permaneceriam impunes”.