O representante permanente da Venezuela na OEA, Gustavo Tarré, designado pelo líder opositor Juan Guaidó, afirmou nesta quinta-feira que o Hezbollah e o grupo Estado Islâmico (EI) operam no território venezuelano, assinalando que o país se tornou um “centro importante do terrorismo mundial”.
Durante sessão extraordinária do Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA), convocada por Colômbia, Estados Unidos e a própria Venezuela para analisar “o papel dos atores externos” no país sul-americano, Tarré afirmou que o território venezuelano se tornou um “fator de instabilidade para a paz em toda a região”, destacando a ingerência de Cuba, Rússia e Irã.
“A prova mais visível” é a transferência para a Venezuela do conflito interno na Colômbia, cujos atores têm fortes laços com a revolução cubana: o Exército de Libertação Nacional (ELN), última guerrilha colombiana ativa, está presente em 13 dos 23 estados venezuelanos, afirmou o diplomata.
Segundo Tarré, a Venezuela também se “envolve em conflitos intercontinentais, como a guerra na Síria, em atividades contra a existência do Estado de Israel, e tem uma relação privilegiada com o Irã”.
Desde a saída dos Estados Unidos do acordo nuclear com Teerã, no ano passado, “a presença de técnicos em mineração iranianos cresceu na Venezuela de maneira absolutamente clara”.
“Sabemos ainda da existência de centros de treinamento e do fornecimento de documentos a terroristas do Hezbollah e do Estado Islâmico (…), o que tem tornado a Venezuela um centro importante do terrorismo mundial”, denunciou Tarré.
O diplomata advertiu que esta “ameaça” de interferência externa “não se limita às fronteiras venezuelanas, e está se alastrando pelo continente americano, o hemisfério ocidental”.