Delegados de países-membros do Conselho de Segurança da ONU se ausentaram de uma intervenção por videoconferência, nesta quarta-feira (5), da comissária russa para a infância, alvo de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI), em uma reunião dedicada à Ucrânia.

Autoridades ucranianas acusam a Rússia de ter “sequestrado” mais de 16.000 menores da Ucrânia desde o início da ofensiva, há mais de um ano.

o TPI emitiu uma ordem de prisão histórica em março contra o presidente russo Vladimir Putin e Maria Lvova-Belova, acusando-os de serem responsáveis por “crimes de guerra pela deportação ilegal” de menores ucranianos.

A Rússia garante que “salvou” esses menores dos combates e que implementou procedimentos para reuni-los com suas famílias.

“A propaganda ucraniana e a imprensa ocidental distorceram deliberada e completamente a situação, alegando que é um crime salvar esses menores de bombardeios”, disse o embaixador russo na ONU, Vassili Nebenzia, nesta quarta-feira. Ele havia assegurado anteriormente que esta reunião havia sido planejada “muito antes” da decisão “estúpida” do TPI.

Os aliados da Ucrânia não enviaram embaixadores, o que não é incomum para esse tipo de reunião informal. Mas representantes dos Estados Unidos, Reino Unido, Malta e Albânia se ausentaram quando a comissária russa Maria Lvova-Belova apareceu na tela para defender a política russa e denunciar uma “campanha de difamação” contra seu país.

Assim que Lvova-Belova apareceu, delegados dos EUA, Reino Unido, Malta e Albânia saíram da sala.

“Nos opomos a esta participante (…), acusada de crimes de guerra, implicada na deportação e sequestro de menores de suas casas”, disse a embaixadora dos EUA, Linda Thomas-Greenfield, a repórteres antes da reunião.

“Por esta razão, nos unimos ao Reino Unido para impedir que a UN TV seja usada para dar a ela um púlpito internacional para divulgar desinformação e tentar defender ações horríveis na Ucrânia”.

A representação britânica anunciou na terça-feira que havia solicitado o bloqueio da divulgação deste ato no portal da ONU na internet.

Em uma declaração comum, cinquenta países, incluindo França, Estados Unidos, Guatemala, Suíça e Ucrânia, acusaram a Rússia de “abusar de seus poderes e privilégios como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU para divulgar desinformação sobre seus sequestros generalizados e deportações forçadas ilegais de milhares de menores ucranianos”.

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