Delegações de Ucrânia e Rússia voltam a se reunir nesta quarta

KIEV, 22 JUL (ANSA) – Uma nova rodada de negociações para um cessar-fogo entre Ucrânia e Rússia está prevista para quarta-feira (23) em Istambul, na Turquia. O terceiro encontro entre as partes ocorre em meio à intensificação dos bombardeiros de Moscou em Kiev e da pressão dos Estados Unidos sobre o governo russo, que concedeu um prazo máximo de 50 dias para o fim da guerra sob ameaças de novas sanções.   

“Hoje discuti com [o chefe do Conselho de Segurança ucraniano] Rustem Umerov os preparativos para uma outra reunião na Turquia com a parte russa. Umerov informou que o encontro está previsto para quarta-feira”, anunciou o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, na última segunda-feira (21).   

Segundo o líder de Kiev, o país está pronto “para trabalhar da forma mais produtiva possível pela libertação” de seu “povo do cativeiro e pelo retorno das crianças sequestradas, bem como para pôr fim à matança e preparar uma reunião de líderes para um encerramento real deste conflito”.   

“Nossa posição é a mais transparente possível. A Ucrânia nunca quis esta guerra, e é a Rússia que deve finalizar a guerra que ela mesma começou”, destacou Zelensky em comunicado, referindo-se a fevereiro de 2022, quando forças de Moscou invadiram seu país, dando início ao confronto.   

Sobre o terceiro encontro com a delegação ucraniana, o Kremlin afirmou que não espera “milagres ou reviravoltas imprevistas”. Além disso, o porta-voz do governo de Vladimir Putin, Dmitry Peskov, também não confirmou a nova data das negociações, prevista para amanhã, e anunciada pelo país vizinho e confirmada por Istambul, limitando-se a dizer que “espera que ocorra esta semana”.   

“Pretendemos perseguir nossos interesses e atingir os objetivos que estabelecemos desde o início”, declarou Peskov sobre o próximo encontro com Kiev.   

Nas duas últimas reuniões na Turquia, ocorridas em maio e junho, o único resultado concreto entre as partes foi a troca de prisioneiros civis e militares, além da restituição de corpos de soldados de ambos os lados. (ANSA).