Rio – A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) passou a investigar a tentativa de homicídio contra a filha do bicheiro Maninho, Shanna Harrouche, de 34 anos. Segundo a Polícia Civil, a vítima foi atingida quando chegava a um centro comercial no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio, nesta terça-feira. A principal linha de investigação é a de atentado. 
De acordo com a delegada Adriana Belém, titular da 16ª DP (Barra da Tijuca), que estava coordenando o caso antes da DH assumir, o veículo de Shanna estava sendo seguido quando entrou no local. O atirador estava em um fiat Argo branco, com placa correspondente a outro carro. Shanna estava sendo seguida há pelo menos uma semana. Na semana passada, ela mandou áudio num grupo de WhatsApp de mães da escola dos filhos contando que havia um carro branco na porta do colégio com um homem de capuz e armado.
Herdeiros da contravenção

Waldemir Paes Garcia, conhecido como Maninho, pai de Myro e Shanna, virou um dos bicheiros mais importantes do Rio quando tinha apenas 26 anos. Myro, o filho dele, se acostumou a ir ao colégio e a uma escolinha de futebol acompanhado por seguranças armados.

Mas esse tipo de precaução não foi o suficiente para evitar o assassinato do próprio pai. Maninho foi assassinado a tiros em 2004, quando deixava a academia, em Jacarepaguá. Myro, que estava com o pai, também foi baleado, mas conseguiu sobreviver.

Na época, Maninho tinha 42 anos e extensa ficha criminal, com condenação por formação de quadrilha, indiciamento por contrabando e um desentendimento em 1986 envolvendo o ator Tarcísio Meira Filho, que acabou com perseguição, tiros e um homem baleado.

A confusão começou porque Maninho teria se irritado por desconfiar de supostos olhares da mesa onde o ator estava com outros dois amigos em direção de sua mulher e decidiu acertar as contas na saída. José Carlos Reis, o Josef, que acompanhava Marinho, deu três tiros contra o carro ocupado pelo ator.

Um deles atingiu Carlos Gustavo Pinto Moreira, o Grelha, que ficou paraplégico. No processo, Josef disse que agiu por conta própria. São histórias de um legado da contravenção que já corria nas veias da família.

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

O pai, Waldemir Garcia, o Miro, e o padrinho Angelo Maria Longa, o Tio Patinhas, já eram chefões do jogo do bicho nos anos 80. A família também tinha fortes ligações com a escola de samba Acadêmicos do Salgueiro, onde Miro era presidente de honra e Maninho atuava como presidente do Conselho Fiscal.


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias