Delegação italiana não dá ouvidos a Roma e seguirá com flotilha

ROMA, 27 SET (ANSA) – A delegação italiana da Global Sumud Flotilla garantiu neste sábado (27) que continuará na expedição, apesar dos últimos ataques a drones sofridos pela missão nos últimos dias. A expectativa é que os barcos da ONG atracados na Grécia partam ainda nas próximas horas rumo à Faixa de Gaza.   

“Apesar de ter havido sabotagem, a missão continua. A atenção deve estar voltada para Gaza, onde outras 44 pessoas foram mortas somente esta manhã”, declarou a equipe da Itália presente na ação.   

De acordo com as informações oficiais, a delegação é composta por “aproximadamente por 50 pessoas, das quais cerca de 40 permaneceram a bordo e as demais decidiram retornar à Itália para continuar sua missão junto com a equipe de terra. Entre elas está a porta-voz Maria Elena Delia”.   

“A missão é complexa e delicada. Os navios foram atacados diversas vezes por drones militares, o governo israelense vem ameaçando ataques há semanas e o nível de estresse a que as pessoas a bordo estão sujeitas é significativo “, enfatizou a delegação italiana da flotilha.   

Além disso, ontem, o Ministério das Relações Exteriores enviou um comunicado às famílias dos participantes italianos da missão, afirmando que “nenhuma proteção será garantida em caso de ataque israelense”, pedindo à tripulação do país para considerar uma parada em terra firme”.   

Hoje, o vice-premiê da Itália e ministro das Relações Exteriores, Antonio Tajani, repreendeu a insistência da delegação em seguir com a flotilha.   

“Nós já falamos quais são os riscos e perigos. O presidente da República [Sergio Mattarella], também falou e suas palavras são inequívocas”, comentou Tajani ao citar o alerta dado por Sergio Mattarella na última sexta (26) aos participantes.   

De acordo com membros da Global Sumud Flotilla, a expedição, que está na ilha de Koufonissi, a sul de Creta, na Grécia, deve partir nas próximas horas rumo a Gaza, devido às boas condições meteorológicas.   

Alguns membros da tripulação teriam decidido não seguir, enquanto discussões estão em andamento entre os integrantes da flotilha, que incluem a sueca Greta Thunberg e o brasileiro Thiago Ávila, sobre a possibilidade de mediação para a entrega dos suprimentos nos barcos à população palestina, uma forma de evitar tensões com as autoridades de Israel. (ANSA).