PEQUIM, 15 JAN (ANSA) – Uma delegação informal dos Estados Unidos viajou até Taiwan para se reunir com a presidente cessante da ilha, Tsai Ing-wen, que viu no último sábado (13) seu vice, William Lai, vencer as eleições presidenciais.   

O grupo, que é composto pelo antigo conselheiro de Segurança Nacional dos EUA Stephen Hadley e por James Steinberg, ex-secretário de Estado adjunto, vai se encontrar com “personalidades proeminentes da política” de Taiwan.   

“Um agradecimento especial aos nossos aliados e parceiros que pensam como nós pelas mensagens gentis. Estamos ansiosos em defender juntos os nossos valores democráticos compartilhados”, disse Tsai.   

A mandatária acrescentou que a visita dos norte-americanos tem como objetivo “trazer a Taiwan as felicitações pelo sucesso das eleições”. Ela ainda destacou a parceria “estreita e fiel” da ilha com os EUA.   

“A visita é muito significativa e demonstra plenamente o apoio dos Estados Unidos à democracia de Taiwan, além de destacar a parceria estreita e fiel entre Taiwan e os EUA”, comentou a líder.   

A chegada dos norte-americanos ocorre no final de uma campanha eleitoral marcada por pressões diplomáticas e militares da China, que considera Taiwan uma parte “inalienável” do seu território a ser reunificada por força, caso seja necessária.   

O recém-eleito mandatário taiwanês, bem como Tsai, consideram que a ilha é independente e ambos prometem protegê-la de “ameaças e intimidações” de Pequim.   

Ontem (14), Taiwan apelou à China para “enfrentar a realidade” e “respeitar os resultados eleitorais”, enquanto os chineses alertaram que qualquer movimento a favor da independência será “severamente punido”.   

Em um comunicado divulgado hoje, a China expressou “total oposição contra qualquer interação entre os Estados Unidos e Taiwan”.   

A ilha de Nauru, pequeno Estado insular localizado no Pacífico, rompeu suas relações diplomáticas com Taiwan, deixando Taipei com somente 12 parceiros oficiais pelo mundo.   

A decisão foi anunciada pelo presidente da nação, David Ranibok Adeang, dois dias após as eleições presidenciais de Taiwan, vencidas pelo candidato do Partido Democrático Progressista.   

O mandatário deixou claro que considera a ilha asiática uma “parte inalienável do território chinês”.   

“Anunciamos o término das relações diplomáticas com Nauru.   

Este momento não representa apenas a retaliação da China contra as nossas eleições democráticas, mas também um desafio direto à ordem internacional”, lamentou o Ministério das Relações Exteriores de Taiwan.   

Taipei também revelou ter detectado seis aeronaves chinesas e quatro navios militares ao redor da ilha nas últimas 24 horas.   

Entre os aviões identificados, apenas um cruzou a linha média do Estreito de Taiwan. (ANSA).