Membros do Centro Carter chegaram à Venezuela nesta quinta-feira (2) para se reunir com funcionários do governo e representantes da oposição, após a assinatura de um acordo, em Barbados, para a realização das eleições presidenciais no segundo semestre de 2024, com participação de observadores internacionais.

“Representantes do Centro Carter chegaram a Caracas, Venezuela, depois do acordo assinado em Barbados, em 17 de outubro, entre o governo da Venezuela e a coalizão opositora, a Plataforma Unitária”, informou a organização fundada pelo ex-presidente americano Jimmy Carter.

“Vão se reunir com membros do Conselho Nacional Eleitoral, signatários do acordo, membros de partidos políticos, observadores eleitorais nacionais e grupos da sociedade civil”, acrescentou.

Os encontros “serão para discutir a consideração de um convite para enviar uma missão técnica de observação eleitoral para as eleições presidenciais de 2024, em conformidade com o acordo”, acrescentou o Centro Carter, que não informou quem chefia a comissão, nem quanto tempo a mesma permanecerá no país.

O governo e a oposição da Venezuela acordaram que as próximas eleições presidenciais serão realizadas no segundo semestre de 2024 com observadores internacionais, como a União Europeia e o Centro Carter, segundo um documento assinado em Barbados no âmbito do processo de diálogo mediado pela Noruega.

A data das eleições é definida pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), cuja diretoria foi renovada em agosto.

O processo de diálogo entre o governo e a coalizão opositora Plataforma Unitária começou em agosto de 2021 e desde então, foi interrompido em duas oportunidades. A última foi em novembro de 2022, depois que a delegação do presidente Nicolás Maduro condicionou o diálogo ao desembolso de US$ 3 bilhões (cerca de R$ 15 bilhões) de fundos congelados da Venezuela no exterior.

As inabilitações políticas, consideradas pela oposição como inconstitucionais, são um ponto pendente nestas negociações. O governo Maduro descartou revertê-las.

A liberal María Corina Machado, ganhadora das eleições primárias autogeridas pela oposição em 22 de outubro, teoricamente não vai poder se candidatar às eleições, nas quais a oposição desafiará Maduro, porque está inabilitada por 15 anos.

mb/jt/tm/mvv