NOVA YORK, 27 SET (ANSA) – O funcionário do governo que denunciou um suposto abuso de poder por parte do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em um telefonema com o mandatário da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, é um analista da Agência Central de Inteligência (CIA) que estava alocado na Casa Branca.
O cargo do “whistleblower” – uma espécie de delator que não tem envolvimento com o suposto crime – foi revelado pelo jornal The New York Times, mas o nome do agente, que vive agora sob proteção, é mantido em sigilo.
Em sua denúncia, o analista acusa Trump de usar o “poder do cargo” para forçar Zelensky a investigar Joe Biden, pré-candidato democrata à Presidência e cujo filho era conselheiro de uma empresa ucraniana de gás.
Além disso, o agente da CIA afirmou que a Casa Branca havia tentado esconder o teor da conversa entre os dois presidentes.
“Recebi informações de diversos funcionários do governo de que o presidente está usando seu poder para solicitar interferências de um país estrangeiro nas eleições de 2020”, disse o analista.
A denúncia foi o estopim para a abertura de um processo de impeachment contra Trump pela Câmara dos Representantes, que é controlada pela oposição. O telefonema suspeito ocorreu em 25 de julho, pouco depois de o presidente ter congelado uma ajuda financeira de US$ 391 milhões à Ucrânia.
Na conversa, Trump pediu para Zelensky falar com seu advogado pessoal, Rudy Giuliani, e com o procurador-geral dos EUA, William Barr, sobre um caso envolvendo Biden, favorito para disputar as eleições de 2020 pelo Partido Democrata.
Em 2016, Biden, então vice-presidente dos Estados Unidos, fez pressão para a Ucrânia demitir o procurador-geral Viktor Shokin, tido como corrupto pelo governo Obama e pela União Europeia.
Shokin, no entanto, também investigava uma empresa ucraniana de gás que tinha o filho de Biden, Hunter, como conselheiro.
“Estamos em guerra, essas pessoas estão doentes”, afirmou Trump nesta quinta (26). O presidente também quer descobrir quem são os funcionários que passaram informações ao delator e os comparou a “espiões”. (ANSA)