A delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do Bolsonaro, deu aos agentes da Polícia Federal elementos importantes para a investigação de tentativa de golpe de estado do ex-presidente.

De acordo com o colunista do UOL, Aguirre Talento, o depoimento sobre as tratativas golpistas, Cid cita nomes dos personagens envolvidos, locais e circunstâncias das reuniões mantidas para debater o assunto. Agora a material da delação premiada atualmente está sob análise da equipe do subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, na PGR (Procuradoria-Geral da República).

Segundo o colunista, Cid afirmou em sua delação que a ex-primeira dama Michelle e um dos filhos do ex-presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), faziam parte de um grupo de conselheiros radicais que incitava o então presidente da República Jair Bolsonaro a dar um golpe de Estado e não aceitar a derrota nas eleições do ano passado.

O tenente-coronel ainda afirmou aos investigadores que Jair Bolsonaro não queria desmobilizar os manifestantes golpistas acampados em unidades militares pelo país porque acreditava que seria encontrado algum indício de fraude nas urnas, o que serviria para anular o resultado da eleição.

Pra o ex-ajudante de ordens, o plano de golpe só não foi adiante porque não houve concordância dos comandantes militares.

Em nota para o colunista, o advogado Paulo Cunha Bueno classificou as acusações de “absurdas” e disse que não são amparadas em elementos de prova. A defesa afirmou ainda que Bolsonaro ou seus familiares “jamais estiveram conectados a movimentos que projetassem a ruptura institucional do país”.