O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, destacou nesta quinta-feira, 31, que a piora do resultado do setor público consolidado em julho se deve principalmente ao desempenho do Governo Central, com piora também nos governos regionais e uma melhora nas estatais.

O déficit primário do setor público ficou em R$ 35,809 bilhões em julho, ante um superávit primário de R$ 20,440 bilhões no mesmo mês do ano passado.

“Começar o ano com superávits e depois registrar déficits é da sazonalidade das contas públicas”, avaliou Rocha. “Na comparação com julho do ano passado, houve redução nas receitas e aumento nas despesas do Governo Central. A magnitude do aumento das despesas nessa comparação se deve também à mudança no calendário de pagamento de parcelas do 13º a aposentados e pensionistas neste ano”, completou.

As contas do setor público acumularam um déficit primário de R$ 56,179 bilhões no ano até julho, o equivalente a 0,92% do Produto Interno Bruto (PIB). No mesmo período do ano passado, havia um superávit de R$ 150,335 bilhões, equivalente a 2,67% do PIB. “Essa virada de superávit para déficit no acumulado do ano também se deve ao resultado do Governo Central”, enfatizou.

O setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 80,520 bilhões em 12 meses finalizados em julho, ou 0,78% do PIB. Até junho, o déficit acumulado era de R$ 24,270 bilhões. Antes disso, o resultado primário estava no azul em 12 meses.

“O déficit do setor público em 12 meses até julho é o pior desde agosto de 2021, tanto em valores nominais, quando em porcentual do PIB”, destacou Rocha.