A defesa do atacante Willian Bigode, do Athletico-PR, entrou com um pedido de desbloqueio das contas do jogador e de suas sócias Loisy de Siqueira, mulher do atleta, e Camila Moreira de Biasi na empresa de consultoria financeira WLJC, no processo movido pelo lateral-direito Mayke, do Palmeiras, sobre os investimentos feitos em criptomoedas.

Na última semana, o juiz Christopher Alexander Roisin, da 14ª vara cível de São Paulo, atendeu solicitação dos advogados de Mayke e bloqueou R$ 1.720.897,99 das contas de Willian e sócias, valor inferior aos R$ 7.834.232,61, cobrados pelo atleta do Palmeiras.

O advogado de Willian, Bruno Santana, optou por seguir um caminho diferente dos primeiros recursos apresentados no processo movido por Gustavo Scarpa. Dessa vez, o argumento para encerrar o bloqueio aponta que o lateral-direito possui um contrato com a XLand, que ofertou um bem de garantia. No caso, as pedras de alexandrita, cujos valores seriam de US$ 500 milhões (R$ 2,5 bilhões, aproximadamente), mas que foram compradas por R$ 6 mil.

Os advogados de Mayke terão 48 horas para se manifestar sobre o argumento da garantia prevista em contrato. O prazo se encerra apenas terça-feira, dia 25 de abril.

Willian e sua mulher movem na 36ª vara cível um processo para reaver os valores de um único contrato com a XLand. A magistrada responsável pelo julgamento do caso negou um pedido dos advogados de defesa do atacante para a feitura de imediata perícia sobre as alexandritas. A juíza preferiu aguardar as manifestações da XLand para avançar no pedido. Ao todo, Willian alega ter sofrido um calote de R$ 17,5 milhões.

ENTENDA O CASO

O processo movido por Scarpa e Mayke aponta que partiu de Willian e de sua sócia Camila Moreira de Biasi a sugestão de investimentos na XLand, que ofereceria uma rentabilidade de 2% a 5% sobre o valor investido. Scarpa aplicou R$ 6,3 milhões, enquanto Mayke e sua mulher, Rayanne de Almeida, investiram R$ 4.583.789,31.

Os problemas com a XLand começaram em meados de 2022, quando os jogadores do Palmeiras tentaram resgatar a rentabilidade, mas não tiveram sucesso após seguidas negativas e adiamentos da XLand. Mais tarde, eles tentaram romper o contrato, mas também não receberam o valor devido.

Após seguidos contatos com os sócios da XLand, Jean do Carmo Ribeiro e Gabriel de Souza Nascimento, com Willian e Camila e um coach de gestão financeira, Marçal Siqueira, que tinha parceira com a empresa acriana, Scarpa e Mayke procuraram seus advogados e registraram um boletim de ocorrência. Desde então, o processo corre na Justiça paulista, ainda sem decisões proferidas sobre culpabilidade dos réus.