Os advogados de Harvey Weinstein pediram, nesta quarta-feira (8), a substituição do juiz que preside o julgamento de seu cliente por crimes sexuais, ao estimar que ele não não é imparcial, devido a um comentário furioso feito na véspera na corte.
O juiz James Burke criticou duramente o ex-produtor de Hollywood na terça-feira por utilizar seu celular na sala do tribunal, algo contrário às regras, e ameaçou prendê-lo durante o processo se voltasse a fazer isso.
“Isto foi um problema a cada dia de audiência. É realmente assim que você quer terminar na prisão pelo resto de sua vida, por enviar mensagens de texto e violar as regras? É assim?”, questionou o juiz a Weinstein.
Esses comentários “provocativos, enviesados e prejudiciais (…) refletem a antipatia da corte em relação ao acusado e criaram uma situação na qual ‘a imparcialidade pode ser razoavelmente questionada'”, escreveu o advogado Arthur Aidala em uma moção enviada ao juiz.
Ou o juiz sugeriu que o castigo apropriado por utilizar um telefone na corte é prisão perpétua, disse Aidala, ou sugeriu que Weinstein é culpado, que seguramente será condenado e que o juiz já decidiu sua sentença: prisão pelo resto da vida, a pena máxima que seu cliente enfrenta.
A defesa garante que o juiz Burke não está sendo imparcial por outros motivos, como sua recusa a realizar o julgamento fora do condado de Nova York.
Os advogados de Weinsten também protestam porque o juiz se negou a adiar o processo até acabar a “atenção midiática negativa” gerada pelas novas acusações penais apresentadas contra o acusado em Los Angeles em 6 de janeiro, dia do início do julgamento, e porque se negou a dar mais de 15 minutos para interrogar cada grupo de 20 júris potenciais. Eles ainda pedem que um consultor em júris se sente na mesa da defesa.
Se o juiz Burke não se afastar do julgamento, a defesa pede que pelo menos conceda esses três últimos pedidos.
A pré-seleção do júri continuou nesta quarta e deve terminar no fim da semana que vem.