A defesa de Marcelo Câmara, ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL), pediu nesta terça-feira, 29, uma acareação com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens que o acusa de ter manipulado as minutas golpistas ainda na gestão bolsonarista. O pedido está na mesa do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Assinado pelo advogado Eduardo Kuntz, o documento alega que as declarações de Cid não se sustentam e que as informações passadas por ele estão isoladas. A defesa quer usar a acareação para tentar enfraquecer a delação do militar, que é alvo de reclamações dos réus no processo que investiga a tentativa de golpe de Estado.
Na delação, Cid ainda acusou Câmara de ser o responsável pelo monitoramento de autoridades no plano “Punhal Verde e Amarelo”. O projeto previa a morte de autoridades como a do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), e de Moraes. A defesa do ex-assessor de Bolsonaro contesta as alegações.
Para rebater a delação, o advogado quer o envio de convite do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a cerimônia de diplomação de Lula e Alckmin, realizada em dezembro de 2022. A data, de acordo com as investigações, seria usada para efetivar o plano de assassinato das autoridades.
Marcelo Câmara está preso desde maio após sua defesa divulgar ter conversado com Mauro Cid, proibido de usar redes sociais, por uma conta atrelada à esposa do tenente-coronel. Na conversa, Cid supostamente repassa informações sobre a delação, critica Moraes e acusa haver viés no inquérito que investiga a trama golpista.