Luigi Mangione, acusado de assassinar o CEO de uma das maiores seguradoras de saúde dos Estados Unidos, compareceu nesta terça-feira (2), pelo segundo dia consecutivo, a um tribunal de Nova York, determinado a conseguir a anulação das provas contra ele.
Durante esta audiência preliminar, solicitada por seus advogados no processo iniciado pelo Estado de Nova York por assassinato, o jovem de 27 anos alegou que seus direitos não foram respeitados no momento de sua detenção.
Brian Thompson, diretor-executivo da UnitedHealthcare, foi morto em uma rua de Manhattan em 4 de dezembro de 2024, quando saía de seu hotel.
Mangione buscava vingar-se dos excessos do setor. Para alguns, ele se tornou o símbolo da indignação dos americanos contra o sistema de seguros de saúde no país.
O suspeito foi preso em 9 de dezembro de 2024 em um McDonald’s na Pensilvânia após uma busca de vários dias.
Naquele momento, ele carregava em sua mochila uma pistola com silenciador e um caderno no qual havia anotado, entre outras coisas, suas queixas contra os seguros de saúde.
Segundo a polícia, os cartuchos recuperados no local do assassinato correspondem à arma que o acusado portava durante sua prisão.
Mas em sua solicitação, à qual a AFP teve acesso, seus advogados escreveram que, como os policiais “não obtiveram um mandado de busca antes de revistar a mochila”, “todas as provas recuperadas da mochila do senhor Mangione devem ser descartadas”.
Além disso, argumentam que suas primeiras declarações à polícia dentro do McDonald’s não foram registradas corretamente porque os agentes deixaram de informá-lo sobre seus direitos, como o de permanecer em silêncio ou recorrer a um advogado, garantidos pela Constituição.
O tribunal de Manhattan que conduz o caso ouviu, entre outros, vários policiais que participaram de sua prisão.
Na segunda-feira, no início da audiência, vários apoiadores do acusado, oriundo de uma família abastada de Boston, reuniram-se em frente ao tribunal, muitos deles vestindo roupas verdes, a cor de Luigi Bros, o irmão de Mario no jogo de videogame homônimo, que se tornou um símbolo de apoio.
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