Defesa de Flordelis diz que ex-deputada sofreu AVC; secretaria nega

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Flordelis Foto: Reprodução

A advogada Janira Rocha, que representa Flordelis dos Santos, afirmou que a ex-deputada federal sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) dentro da unidade prisional Talavera Bruce, onde está presa desde agosto de 2021 por envolvimento na morte do marido e pastor Anderson do Carmo, em junho de 2019. A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Rio do Janeiro, no entanto, nega que a pastora tenha tido um AVC.

“O estado da pastora é realmente grave e inspira cuidados urgentes”, informou Janira em um vídeo divulgado nas redes sociais. De acordo com a advogada, Flordelis foi encaminhada para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Complexo Penitenciário de Gericinó, que não teria estrutura para atender o caso da ex-parlamentar e defendeu a transferência dela para outra unidade de saúde.

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“Não achamos justo que ela viva essa situação. Achamos, inclusive, que ela deveria estar em casa, numa [prisão] domiciliar, onde ela poderia ter a atenção dos seus familiares e tratar de forma digna a sua saúde. Mas, nesse momento, o nosso foco é a sua transferência para uma unidade de saúde que dê conta de atendê-la”, afirmou Janira ao destacar que o caso de Flordelis ainda não teve o trânsito em julgado.

Procurada pela IstoÉ, Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Rio do Janeiro informou que “não procede a informação sobre princípio de AVC da ex-deputada Flordelis”. “Ela foi atendida no Hospital Penitenciário Hamilton Agostinho e medicada por quadro de lombalgia“, diz a nota da Seap.

Prisão de Flordelis

Flordelis está presa desde agosto de 2021 e cumpre pena em regime fechado. Após a detenção, ela teve o mandato cassado pela Câmara dos Deputados. A pastora nega o planejamento do assassinato do ex-marido.

A ex-deputada foi condenada, em 2022, a 50 anos de prisão pelos seguintes crimes:

  • Homicídio triplamente qualificado consumado (motivo torpe, emprego de meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima);
  • Tentativa de homicídio duplamente qualificado;
  • Uso de documento ideologicamente falso (duas vezes);
  • Associação criminosa armada.

A denúncia do Ministério Público aponta que outros acusados participaram do crime e simularam um latrocínio (roubo seguido de morte). Também foram condenados Simone dos Santos Rodrigues, filha biológica de Flordelis; de Adriano dos Santos Rodrigues, filho biológico da ex-parlamentar; e de Carlos Ubiraci Francisco da Silva, filho afetivo.

“O crime teria sido motivado porque a vítima mantinha rigoroso controle das finanças familiares e administrava os conflitos de forma rígida, não permitindo tratamento privilegiado às pessoas mais próximas da ex-deputada em detrimento de outros membros da família”, informou o TJRJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro).