O criminalista Adriano Salles Vani quer saber se, de fato, foi homologada a delação premiada de seu próprio cliente, Fábio Cleto, ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa.

Alvo da Operação Lava Jato, Cleto tem ligações muito próximas com o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB/RJ).

Fábio Cleto, exonerado da Caixa em dezembro de 2015, e Eduardo Cunha foram citados em outras duas delações, dos empresários Ricardo Pernambuco e Ricardo Pernambuco Júnior, da Carioca Engenharia. Eles revelaram que o deputado afastado e o ex-vice da Caixa exigiam propinas para autorizar a liberação de recursos do Fundo de Investimento do FGTS (FI-FGTS) para empresas contratadas nas obras do Porto Maravilha, no Rio.

Em petição protocolada nesta segunda-feira, 20, no gabinete do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado de Cleto pediu cópia da homologação da delação.

Adriano Salles Vani alega que a imprensa tem publicado há dias que Teori homologou a delação de Fábio Cleto, mas que ele próprio, advogado de defesa, não teve acesso nem à cópia da decisão do ministro.

Eduardo Cunha tem reiterado que jamais cobrou ou recebeu propinas.