14/12/2024 - 17:26
A defesa de Walter Braga Netto divulgou neste sábado, 14, o primeiro posicionamento oficial desde que o ex-ministro foi preso pela Polícia Federal por obstrução à Justiça.
“Teremos a oportunidade de comprovar que não houve qualquer obstrução às investigações”, disseram os advogados na nota.
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Os advogados Luís Henrique Cesar Prata, Gabriela Leonel Venâncio e Francisco Eslei de Lima, todos da Prata Advocacia, de Brasília, divulgaram que tomaram conhecimento “parcial”, pela manhã, da decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) e prometeram se manifestar nos autos do processo após “plena ciência dos fatos que ensejaram a decisão proferida”.
Participação no plano golpista
Braga Netto é um dos alvos dos inquéritos que apuram a tentativa de golpe de Estado no país após as eleições de 2022. Ele foi candidato derrotado a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PL), que se manteria no poder em caso de efetivação das planejadas execuções do presidente Lula (PT), do vice Geraldo Alckmin (PSB) e de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo.
De acordo com a Polícia Federal, o general abrigou reuniões com militares golpistas em sua casa, deu ordens para o ex-major Ailton Gonçalves Barros fazer ataques pessoais ao então comandante do Exército, general Marco Antonio Freire Gomes, e ao então comandante da Aeronáutica, o brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior, na tentativa de convencê-los a aderir ao plano e orientou “disseminação de notícias, com o objetivo de atingir a reputação do general Tomás Miguel Miné Ribeiro de Paiva, atual comandante do Exército, integrante do Alto-Comando do Exército (ACE), que também adotou uma posição legalista”, de acordo com os policiais.
Segundo o depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, o ex-ministro ainda entregou dinheiro vivo a soldados das Forças Especiais (os chamados “kids pretos”, que seriam centrais para colocar a ruptura institucional em prática), em sacolas de vinho.
Desde que foi indiciado junto a outras 37 pessoas pelos episódios, Braga Netto estaria atrapalhando a livre produção de provas durante a instrução processual penal, o que justificou sua detenção. De acordo com a PF, a medida “tem como objetivo evitar a reiteração das ações ilícitas”.