Defesa Civil em Gaza denuncia 57 mortos após tiros israelenses contra multidão que aguardava ajuda

A Defesa Civil da Faixa de Gaza informou neste domingo que 57 palestinos foram mortos e dezenas ficaram feridos por “disparos israelenses” perto de um centro de distribuição de ajuda humanitária no norte do território palestino devastado pela guerra.

O porta-voz da organização de primeiros socorros, Mahmoud Bassal, disse à AFP que 44 pessoas foram mortas em consequência de “tiros da ocupação (israelense) contra pessoas que aguardavam ajuda em Zikim, a noroeste da Cidade de Gaza”.

Contatado pela AFP, o Exército israelense não respondeu imediatamente.

“Havia milhares de pessoas reunidas, todas em busca de farinha”, contou Qassem Abou Khater, que se dirigiu ao ponto de distribuição assim que soube da entrega.

“Os tanques dispararam aleatoriamente contra nós, e os atiradores de elite da ocupação (Israel, NDLR) abriram fogo como se estivessem caçando animais selvagens em uma floresta”, relatou.

Esse homem de 36 anos, natural de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, foi deslocado pelos combates junto com sua família. Atualmente, vive na zona oeste da cidade de Gaza.

Ele afirma ter visto “dezenas de pessoas morrerem”.

“Nos perguntamos: devo voltar com um ferido para salvá-lo, ou com um saco de farinha para salvar minha família e meus filhos? Meu Deus, a que ponto nos reduziram”, lamentou.

Por sua vez, o Hamas denunciou um “massacre”.

Cerca de dois milhões de palestinos estão cercados por Israel em Gaza e à beira da fome, após mais de 21 meses de conflito, depois de um ataque sem precedentes do movimento islamista palestino Hamas em solo israelense, em 7 de outubro de 2023.

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