A Defesa Civil da Faixa de Gaza informou nesta sexta-feira (27) que 62 pessoas foram mortas em bombardeios ou tiros do Exército israelense no pequeno território palestino devastado pela guerra.
Um total de 62 palestinos foram mortos, incluindo 10 que morreram enquanto esperavam ajuda humanitária, disse à AFP o porta-voz da Defesa Civil, Mahmoud Basal.
Questionado pela AFP, o Exército israelense disse que estava verificando as declarações de Basal, mas negou categoricamente que seus soldados tenham disparado contra pessoas que esperavam por ajuda no centro da Faixa de Gaza, onde Basal relatou um morto e 13 feridos.
Israel impôs um bloqueio humanitário ao território palestino no início de março, levando a uma grave escassez de alimentos, medicamentos e outros produtos básicos.
O bloqueio só foi parcialmente suspenso no final de maio, quando a GHF começou a distribuir ajuda.
Segundo o Ministério da Saúde do governo de Gaza, cerca de 550 pessoas foram mortas e mais de 4.000 ficaram feridas nas enormes filas dos vários centros de distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza desde que a GHF começou a operar no local no final de maio.
A GHF afirma que as operações de distribuição de ajuda dentro de seus centros estão funcionando sem problemas e nega que tenha havido qualquer tiroteio fatal nas proximidades de seus pontos de ajuda.
A Médicos Sem Fronteiras (MSF) acusou nesta sexta-feira a Fundação Humanitária de Gaza (GHF) de ser um “dispositivo simulado de distribuição de alimentos que produz massacres em série” no território palestino, e pediu seu desmantelamento.
As restrições impostas por Israel aos meios de comunicação em Gaza e as dificuldades de acesso a algumas áreas impedem que a AFP verifique de forma independente os números das equipes de resgate e das autoridades no território palestino.
O conflito em Gaza eclodiu em 7 de outubro de 2023 com o ataque do Hamas no sul de Israel, que matou 1.219 pessoas, a maioria civis, de acordo com uma avaliação da AFP baseada em dados oficiais.
Naquele dia, milicianos islamistas sequestraram 251 pessoas, 49 das quais ainda estão presas em Gaza, incluindo 27 reféns que, de acordo com o Exército israelense, morreram em cativeiro.
Em resposta, Israel lançou uma ofensiva implacável em Gaza, onde mais de 56.000 pessoas já foram mortas, a maioria civis, de acordo com o ministério da saúde do território governado pelo Hamas. A ONU considera esses números confiáveis.
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