15/12/2024 - 18:45
A Defesa Civil em Gaza informou que os ataques israelenses na Faixa de Gaza neste domingo (15) deixaram pelo menos 40 mortos, entre eles um jornalista da rede Al Jazeera e três socorristas.
A emissora do Catar condenou no domingo a morte de um de seus jornalistas em um ataque israelense contra o território palestino, classificando o ocorrido como um “assassinato seletivo”, segundo nota publicada em seu site.
“A Al Jazeera Media Network condena nos termos mais enérgicos o assassinato de seu cinegrafista, Ahmed Baker al Louh, de 39 anos, pelas forças de ocupação israelenses. Ele foi brutalmente morto em um ataque aéreo contra um posto da Defesa Civil na área do mercado do campo de refugiados de Al Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza”, declarou a rede.
Os socorristas encontraram 18 corpos na madrugada após os ataques, que também deixaram dezenas de feridos, informou o porta-voz da Defesa Civil, Mahmud Basal.
Entre os mortos estão quatro pessoas que estavam em uma casa no centro da Cidade de Gaza.
Outras quatro morreram, e oito ficaram feridas, após o bombardeio de uma tenda que abrigava dezenas de deslocados em Deir al Balah, uma cidade no centro do território, de acordo com a mesma fonte.
Basal afirmou que pelo menos três crianças estão entre os mortos.
À noite, um porta-voz informou à AFP que outro ataque deixou pelo menos 12 mortos e dezenas de feridos ao atingir a escola Ahmed bin Abdul Aziz, em Khan Yunis (sul da Faixa de Gaza), que abrigava deslocados.
“Um ataque aéreo à escola Ahmed bin Abdul Aziz em Khan Yunis, com um míssil que atingiu o terceiro andar da instituição, resultou em mais de 12 mártires, incluindo crianças, e 35 feridos”, declarou à AFP o porta-voz da Defesa Civil.
O Exército israelense afirmou que investigará os acontecimentos, segundo comunicado enviado à AFP.
Imagens da AFP mostram moradores recuperando os corpos de seus familiares em um hospital da cidade de Gaza, enquanto outros estavam cobertos por mantas.
O Exército israelense confirmou neste domingo que realizou bombardeios nas regiões de Beit Hanun e Beit Lahia.
“Em Beit Lahia, as tropas israelenses eliminaram terroristas e localizaram e desmantelaram grandes quantidades de armamento, incluindo explosivos e dezenas de granadas”, afirmou.
Em outro comunicado, o exército reportou que havia atacado uma clínica no norte de Gaza, alegando que o local era utilizado por combatentes do Hamas como um “centro de comando e controle”, assim como um depósito de armamento.
Segundo os militares, o prefeito de Deir el Balah, que morreu em um dos ataques, era um “membro ativo do braço militar do Hamas”.
Há semanas o Exército israelense realiza uma operação no norte da Faixa de Gaza, com o objetivo, diz, de impedir que militantes do movimento islamista Hamas se reagrupem na zona.
A guerra eclodiu com o ataque do Hamas, em 7 de outubro de 2023, ao sul de Israel, que resultou na morte de 1.208 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais.
A campanha de retaliação israelense em Gaza já matou mais de 44.900 pessoas, segundo dados do Ministério da Saúde deste território governado pelo Hamas que a ONU considera confiáveis.
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