A Defesa Civil em Gaza informou que pelo menos 23 pessoas morreram nesta sexta-feira, 25, em novas operações militares israelenses no território palestino, e outras cinco em um ataque aéreo noturno.
O porta-voz da Defesa Civil, Mahmoud Bassal, declarou à AFP que cinco palestinos foram mortos em um ataque no bairro de al-Rimal, na cidade de Gaza, na escola al-Qahira, transformada em abrigo para pessoas deslocadas pela guerra.
Outras cinco pessoas morreram em um ataque contra uma grande tenda para deslocados no mercado de Al Yarmuk, no centro da cidade de Gaza, segundo a organização de primeiros socorros.
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O exército israelense informou que havia conduzido uma operação na quinta-feira à noite nessa área, onde tinha como alvo “um importante terrorista da organização terrorista Jihad Islâmica”, um grupo aliado do Hamas.
Os demais morreram em incidentes separados ocorridos na sexta-feira no norte, centro e sul da Faixa de Gaza, segundo o balanço da Defesa Civil.
A mesma fonte especificou que pelo menos oito pessoas foram mortas em ataques enquanto aguardavam ajuda em diferentes partes do território palestino. Mahmoud Bassal mencionou o caso de uma pessoa morta “por tiros israelenses perto do centro de ajuda americano na área de Al-Shakosh, no noroeste de Rafah”.
“Estamos vivendo uma verdadeira fome, é por isso que a maioria dos jovens recorre ao que chamam de ajuda humanitária, mas na verdade é uma armadilha”, declarou à AFP Raed Ashour, um homem presente entre uma multidão de luto no Hospital Nasser de Khan Yunis.
Consultado pela AFP, o exército israelense não comentou imediatamente os fatos mencionados pela Defesa Civil.
As restrições impostas aos meios de comunicação por Israel, que sitiou a Faixa de Gaza desde o início da guerra em 7 de outubro de 2023, e as dificuldades de acesso a várias áreas impedem que a AFP verifique de forma independente as informações fornecidas pelas diferentes partes.
A guerra em Gaza começou após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 em Israel, que causou a morte de 1.219 pessoas, em sua maioria civis, segundo um levantamento da AFP baseado em dados oficiais.
Em resposta, Israel prometeu destruir o Hamas, que assumiu o poder em Gaza em 2007. A campanha militar israelense no território palestino matou 59.587 palestinos, principalmente civis, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, considerados confiáveis pela ONU.