A Defesa Civil da Faixa de Gaza informou, nesta quarta-feira (30), que 14 pessoas morreram por disparos do Exército israelense no território palestino, sitiado e devastado por uma guerra que já dura quase 22 meses, e que agora está “ameaçado pela fome”, segundo a ONU.
Seis pessoas morreram e dezenas ficaram feridas no sul da Faixa de Gaza “por disparos das forças de ocupação israelenses” em al-Shakush, “perto de um centro de distribuição de ajuda humanitária a noroeste da cidade de Rafah”, disse o porta-voz da Defesa Civil, Mahmoud Bassal, à AFP.
Outras quatro pessoas morreram e mais de 25 ficaram feridas por disparos israelenses enquanto aguardavam para receber ajuda perto da ponte Wadi Gaza, no centro da Faixa de Gaza, disse Bassal.
Como quase todos os dias, milhares de pessoas se reuniram nesta quarta-feira perto de centros de distribuição no sul e centro da Faixa de Gaza para tentar obter ajuda alimentar, segundo a mesma fonte.
O hospital al-Quds, administrado pelo Crescente Vermelho palestino e localizado a oeste da Cidade de Gaza (norte), informou ter recebido “14 pessoas feridas por disparos do ocupante (israelense, NDR)” enquanto “tentavam obter ajuda alimentar perto da Travessia dos Mártires, ao sul da Cidade de Gaza”.
Contatado pela AFP, o Exército israelense afirmou estar “investigando” o ocorrido.
As restrições impostas à mídia por Israel, que sitia Gaza desde o início da guerra contra o movimento islamista palestino Hamas, e as dificuldades de acesso a diversas áreas impedem a AFP de verificar informações dos diferentes lados de forma independente.
A guerra foi desencadeada por um ataque sem precedentes realizado pelo Hamas em Israel em 7 de outubro de 2023, que deixou 1.219 mortos do lado israelense, a maioria civis, segundo contagem da AFP baseada em dados oficiais.
Das 251 pessoas sequestradas naquele dia, 49 permanecem reféns em Gaza, das quais 27 foram declaradas mortas pelo Exército.
A retaliação israelense causou pelo menos 60.034 mortes em Gaza, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do Hamas, considerados confiáveis pela ONU.
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