Thiago Neves é um retrato fiel da temporada do Cruzeiro. O meia foi tão irregular quanto o time mineiro no primeiro semestre, soube aproveitar suas chances no Campeonato Mineiro, foi sólido na Copa Libertadores e se consagrou na Copa do Brasil, mais uma vez. Por esta trajetória oscilante, o jogador se tornou quase um termômetro da equipe ao longo de 2018.

Na primeira metade do ano, Thiago Neves nem parecia aquele protagonista de 2017 e de temporadas anteriores, por outros clubes. Caiu de produção, contribuiu pouco para o time. Mas, quando foi necessário, marcou o gol decisivo para a conquista do Campeonato Mineiro, encerrando um jejum de quatro anos no Estadual.

Se no Brasileirão deixou a desejar, a exemplo do próprio Cruzeiro, o meia cresceu nas competições de mata-mata. Não conseguiu ir além das quartas de final da Libertadores, principalmente em razão de uma arbitragem equivocada no primeiro jogo contra o Boca Juniors. Porém, compensou com a conquista do bicampeonato da Copa do Brasil.

Como vem sendo uma marca em sua carreira, Thiago Neves cresceu na hora certa. Em um momento em que o Cruzeiro carecia da sua maior referência, o meia uruguaio Giorgian de Arrascaeta, seja por lesão ou por convocações para a seleção, o brasileiro preencheu os espaços no setor, assumiu a responsabilidade na armação e não deixou de balançar as redes.

Foi assim no jogo de ida da final contra o Corinthians ao marcar o único gol da partida. Ele chamou a responsabilidade para si, acertou bola na trave e, por pouco, a vantagem no placar não foi maior. Também foi determinante na edição do ano passado, quando bateu o pênalti decisivo nas cobranças que definiram o título do Cruzeiro contra o Flamengo. Tem no seu currículo ainda os três gols do Fluminense na final da Libertadores de 2008, que acabou ficando com a LDU.

O protagonismo de Thiago Neves chama mais atenção neste ano em razão das oscilações. No início do segundo semestre, ele atingiu um jejum de 14 jogos sem balançar as redes. Mesmo sendo o artilheiro do time, recebia vaias da torcida. O fim da seca aconteceu no mata-mata, contra o Flamengo, nas oitavas de final da Libertadores. Desde então, o meia se firmou como referência da equipe.

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A boa fase do jogador de 33 anos marca ainda um momento de identificação com o time mineiro e com o futebol brasileiro, após anos de idas e vindas do exterior. Ele deixou o País pela primeira vez em 2006, para atuar no Japão, e vem alternando passagens pelo futebol árabe com temporadas em solo carioca, pelo Fluminense e pelo Flamengo. O meia já voltou ao futebol nacional por quatro vezes nos últimos 12 anos. Agora parece ter encontrado raízes no Cruzeiro.


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