O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, disse nesta quinta-feira, 28, que a instituição segue o manual do Fundo Monetário Internacional (FMI) para classificar precatórios como despesa primária e que não tem capacidade de responder porque o Fundo escolheu essa forma de contabilidade. “A decisão sobre precatórios é do STF, mas o departamento técnico do BC vai estudar”, disse.

Sobre cartões de crédito, Campos Neto voltou a dizer que vai reunir todos os envolvidos para buscar solução estrutural para o rotativo e que mudanças no parcelado sem juros tiveram muita resistência de vários setores. “A solução é cada um precisar ceder um pouco”, repetiu, dizendo que não fazer nada também é um problema.

O diretor de Política Econômica, Diogo Guillen, disse que o Copom não antecipará mudanças na política monetária em função da introdução da meta contínua. “Trabalhamos com a meta em vigor e não antecipamos uma mudança da política monetária em função da meta contínua. A gente não trata política monetária de forma sazonal.”

Campos Neto voltou a dizer que é difícil colocar nas atas quais discordâncias são qualitativas ou quantitativas, quais são maiores ou menores durante o Copom. “Pode ser número maior de pequenos debates sobre temas diferentes, mas não dizer que o dissenso é maior. Tem outras reuniões, em que há só um tema”, disse. “Em termos de direcionamento, o Copom foi mais unânime nessa reunião que em últimas”, reforçou.

O presidente do BC comentou que ainda é cedo para se falar em movimento de cortes menores na Selic. “Há incertezas externas e vamos acompanhar dados até próximo Copom. Está cedo para dizer hoje num movimento de corte menor, mas avaliamos isso em todas as reuniões.”