A decisão do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em permanecer no Brasil nesta semana, em vez de viajar à Europa é um bom sinal pois os mercados ficaram “absolutamente estressados” nos último dias, avalia o economista-chefe do BV, Roberto Padovani. “Os mercados estão tensos com a questão fiscal combinada com o global um pouco pior, e isso tem levando o câmbio para quase 5,90.”

Segundo Padovani, a medida indica uma preocupação do governo em responder as incertezas do mercado financeiro e da economia. “Não sei o motivo do cancelamento, mas consigo avaliar o resultado. É um sinal positivo. O mercado ficou absolutamente estressado com a noticia da viagem, pois isso de alguma forma simboliza uma falta de urgência na decisão de controle de gastos”, diz o economista do banco.

A suspensão da viagem, conforme o economista, sugere que o governo anunciará alguma medida fiscal para reduzir as despesas da máquina pública, dado o recente estresse nos mercados. “Nesse ambiente, o ministro ficar fora é no mínimo estranho. O mercado avalia isso como uma falta de prioridade da agenda política em relação à agenda de estabilidade fiscal”, avalia.