As discussões para uma declaração conjunta no final da reunião de cúpula entre UE e Celac estão paralisadas nesta terça-feira (18) devido às divergências sobre a responsabilidade da Rússia na guerra na Ucrânia, pois alguns países se recusam a condenar Moscou.

O encontro de cúpula de dois dias entre a União Europeia (UE) e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que começou na segunda-feira, é marcado por divergências sobre a guerra na Ucrânia.

De acordo com fontes diplomáticas, o país que expressa mais oposição ao texto final, que já foi alterado para tentar alcançar um acordo, é a Nicarágua.

O ministro chileno das Relações Exteriores, Alberto van Klaveren, se mostrou pessimista sobre um possível acordo.

“Isto parece difícil”, disse. “Estamos muito surpresos com membros do nosso grupo que se opõem a uma resolução sobre a guerra na Ucrânia. É uma guerra de agressão”.

O primeiro-ministro de Luxemburgo, Xavier Bettel, afirmou que “seria uma pena se não pudéssemos dizer que há uma agressão russa na Ucrânia. É um fato”.

O desafio de encontrar uma área comum para um acordo entre o bloco europeu de 27 nações e um fórum heterogêneo de 33 países como a Celac é gigantesco, o que ficou evidente durante as negociações prévias ao encontro.

As divergências a respeito da questão da Ucrânia foram demonstradas nos discursos do primeiro dia, que ofuscaram outros temas como os acordos comerciais, incluindo a longa negociação com o Mercosul, a reforma na composição do sistema financeiro internacional, a mudanças climática e a transição energética.

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