Marina Helena (Novo) chamou atenção no debate desta quarta-feira, 14, entre os candidatos à prefeitura de São Paulo por um discurso alinhado às pautas mais convictas do bolsonarismo.

Desde sua primeira participação no encontro, a economista afirmou que governos de esquerda promovem “ideologia de gênero” nas escolas. Ao falar de segurança pública, disse que a esquerda “passa a mão na cabeça de bandidos”.

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Em embate com Tabata Amaral (PSB) no bloco sobre economia, criticou as políticas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e associou a deputada ao governo federal. “Você tem [está no partido] o vice lá, o Geraldo Alckmin”, lembrou.

Tabata respondeu, fora do microfone, ter orgulho de ser correligionária do vice-presidente, e Helena atacou: “Orgulho de apoiar o Hamas, né?”, em alusão ao grupo radical islâmico — cujas ações não foram apoiadas publicamente nem por Tabata, nem por Alckmin.

Em suas últimas participações no bloco, Helena ainda recordou ter integrado a equipe de Paulo Guedes, ministro da Economia de Jair Bolsonaro (PL). O ex-presidente apoia a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB). O ex-ministro afirmou, por meio de nota da assessoria, que não apoia nenhum dos candidatos nos pleitos municipais e está “envolvido tão somente em projetos no setor privado”.

As declarações foram dadas durante o segundo debate entre os candidatos à prefeitura de São Paulo, realizado nesta quarta pelo jornal O Estado de S. Paulo, portal Terra e pela Faap (Fundação Armando Álvares Penteado). Também participaram Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB) e Pablo Marçal (PRTB).

Defesa do impeachment de Moraes

Em entrevista coletiva após o debate, Helena exibiu uma camiseta com a estampa: “Impeachment de Alexandre de Moraes já!” (foto).

Vale lembrar que nesta quinta, após o jornal Folha de S. Paulo revelar que o ministro do STF e assessores coordenaram a produção de relatórios usados no inquérito das fake news contra bolsonaristas fora do rito institucional, parlamentares do grupo político do ex-presidente pediram o impeachment de Moraes.

Questionada pelo site IstoÉ sobre o uso de uma estratégia direcionada ao eleitorado bolsonarista, a candidata do Novo reforçou que trabalhou com Guedes e subiu o tom nas críticas ao Supremo: “O que está ocorrendo é censura e perseguição. [Se opor a] isso são valores, não tem nome”.