O look “candidato” reinou entre os participantes do debate da Band. Os cinco estavam de camisa branca, e quatro deles estavam de paletó em cores sóbrias, em cinza ou azul-marinho.

A exceção ficou por conta de Vinicius Poit (Novo), que estava sem a peça de sobreposição. Mas ele não fugiu de outro clichê dos marqueteiros de campanha: está com as mangas da camisa dobradas – a imagem do político que ‘põe a mão na massa’, que “arregaça as mangas”.

A essa imagem se junta um discurso repleto de frases feitas, o que em alguns momentos lembra os discursos dos coaches. “Meu nome é Vinicius Poit e sou empreendedor.” Para se aproximar da população que utiliza os serviços públicos de saúde, mandou “um beijo pra Camila, minha irmã que trabalha no Programa de Saúde da Família”.

Por sua vez, Elvis Cézar (PDT) era o mais informal: calça clara e tênis, em contraste com as calças escuras e sapatos sociais dos demais. Talvez também com o objetivo de parecer um político que precisa estar confortável para “gastar sola de sapato” pelas ruas da sua Santana do Parnaíba – ele recorre à experiência como gestor do município a cada vez que inicia suas falas durante o debate. Olha muito para as câmeras, como se estivesse falando diretamente com quem está em casa. “Você que está me assistindo em casa merece respeito.

Fernando Haddad (PT), primeiro colocado nas pesquisas, faz o papel de antagonista do governador Rodrigo Garcia (PSDB) e aponta o que considera as principais falhas do concorrente. Criticou obras paradas, problemas na área da saúde. Embora tenha falado sobre suas realizações à frente do Ministério da Educação durante o governo do PT, evita mencionar a disputa nacional entre o candidato do seu partido, Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente Jair Bolsonaro.

Por sua vez, Tarcísio de Freitas (PL) aposta alto na tentativa de associar sua imagem ao presidente, a quem menciona em diversas oportunidades. Abusa de informações técnicas para elencar suas realizações à frente do Ministério da Infraestrura, e fala das conquistas da pasta “com a ajuda do presidente”. De olho no eleitorado evangélico – público cativo do bolsonarismo -, também agradeceu a Deus em mais de uma ocasião por poder participar do debate.

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

Rodrigo Garcia tenta se apresentar com um perfil de gestor eficiente, de político que realiza, prestando contas de seu governo. “São Paulo é estado empreendedor, temos políticas públicas que chegam à população”. Diz. Também demonstra uma vontade de se descolar de João Doria, e aproveita as rusgas entre Fernando Haddad e Tarcísio de Freitas para se apresentar no estado de São Paulo como uma espécie de terceira via, fora da polarização nacional. “São Paulo não é nem de esquerda nem de direita, queremos ir pra frente. Estou aqui para proteger São Paulo”. A disputa direta com Haddad também ficou clara em vários momentos: a claque do tucano interrompeu o raciocínio do petista em vários momentos com manifestações sonoras da plateia.


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias