No segundo debate entre os candidatos do segundo turno à Prefeitura de São Paulo realizado pela Band, nesta quinta-feira (19), Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL) discutiram decisões a respeito da pandemia de Covid-19, mas também trocaram farpas e acusações indiretas envolvendo terceiros.

Boulos criticou o atual prefeito por não ter feito testagens em massa que permitissem uma observação maior sobre o número de contaminados pelo novo coronavírus na cidade.

“A cidade tem quase 8 mil agentes de saúde que poderiam ter sido usados para fazer a testagem. São Paulo não fez a lição de casa”, disse o candidato do PSOL comparando com a testagem de outros países.

O tucano respondeu que não havia testes disponíveis no mercado para atender a toda a população, mas que todos que buscaram atendimento em hospitais foram tratados.

Boulos também ressaltou que houve uma politização da vacina por parte do governador João Doria (PSDB), aliado de Covas, e pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e que considera estranha a decisão do governo de divulgar novas medidas de contenção da propagação do vírus na cidade apenas um dia depois das eleições.

Sobre a questão do Orçamento da Cidade, Covas voltou a repetir que recebeu a prefeitura com um rombo de R$ 7,5 bilhões da gestão anterior, de Fernando Haddad (PT), no entanto o ex-prefeito petista deixou o cargo de prefeito com mais de R$ 5 bilhões em caixa.

O prefeito também questionou Boulos se ele pretendia acabar com as creches conveniadas, caso eleito. O candidato do PSOL respondeu que manterá os contratos, mas combaterá desvios, e aproveitou para questionar Covas sobre seu vice, Ricardo Nunes, que tem sido acusado de ter ligações com entidades que gerem creches conveniadas.

Uma empresa da família de Nunes recebeu R$ 50 mil de creches conveniadas com a Prefeitura para prestação de serviços sem licitação no ano passado.

“Meu vice Ricardo Nunes não apenas não tem um processo no judiciário, como não há nenhum indício que haja casos de corrupção”, disse Covas.