O PSDB perdeu seu último governador nesta terça-feira, 19: Eduardo Riedel, que chefia o Mato Grosso do Sul, saiu da sigla para ir ao PP. Ele já participa da convenção partidária que antecede o processo de formalização da federação do partido com o União Brasil.
O movimento do governador é gerado pela busca de maior estrutura para disputar a reeleição em outubro de 2026. A aliados, Riedel dizia esperar que o antigo partido definisse seu destino — os tucanos negociavam uma fusão com o Podemos, que não se concretizou — antes de selar o próprio.
Com a mudança, o sul-matogrossense se une a Antonio Denarium (Roraima) e Gladson Cameli (Acre) e leva o PP à marca de três governadores. Os tucanos, por sua vez, ficam sem nenhum.
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O que está acontecendo com o PSDB
O partido foi fundado em 1988, como uma dissidência do então PMDB, abrigou lideranças históricas da social-democracia e governou o país por oito anos, de 1995 a 2002, com Fernando Henrique Cardoso.
Após a ascensão de Jair Bolsonaro (PL) ao poder e a perda de espaço como alternativa ao PT nas urnas, o PSDB teve seu pior desempenho eleitoral em 2022, quando elegeu 13 deputados, nenhum senador e três governadores: Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, e Raquel Lyra, de Pernambuco, além de Riedel.

Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, quer ser candidato a presidente pelo PSD
Menos de três anos depois, Leite e Lyra rumaram ao PSD de Gilberto Kassab em circunstâncias distintas. Em seu segundo mandato, o gaúcho manifestou incerteza na capacidade tucana de sustentar um projeto presidencial para 2026, quando pretende concorrer ao Palácio do Planalto; já a pernambucana não estava alinhada à oposição irrestrita da sigla ao presidente Lula, a quem busca se associar para disputar a reeleição no estado.
O que une as três migrações é o temor de que a derrocada tucana possa inviabilizar seus projetos políticos. No ano que vem, os partidos terão de eleger ao menos 13 deputados distribuídos em nove ou mais estados para não perderem acesso ao financiamento público de campanhas — o chamado “fundão eleitoral” — e ao tempo de propaganda eleitoral no rádio e na televisão em pleitos seguintes.

Raquel Lyra, governadora de Pernambuco, trocou tucanato pelo PSD
*Com informações de Estadão Conteúdo