O agência antidrogas dos Estados Unidos (DEA, na sigla em inglês) assegurou nesta segunda-feira que não investiga a candidata peruana à Presidência, Keiko Fujimori, rebatendo uma denúncia jornalística segundo a qual o secretário-geral de seu partido, Joaquín Ramírez, estaria na mira da entidade.

“Keiko Fujimori não está atualmente, nem o esteve previamente, sob a investigação da DEA”, disse o organismo em um breve comunicado de imprensa, embora a nota não faça menção a Ramírez que, ainda, é parlamentar do partido fujimorista Força Popular (direita).

A rede Univisión e o programa peruano Cuarto Poder informaram que a DEA investiga Ramírez por lavagem de dinheiro. “Esta é uma investigação delicada e está em curso, e não podemos fazer nenhum comentário”, confirmou à Univisión a porta-voz da DEA, Anne Judith Lambert, nos Estados Unidos.

A revelação ocorre a três semanas do segundo turno de 5 de junho no Peru e foi proporcionada pelo piloto comercial peruano Jesús F. Vásquez, residente nos Estados Unidos, que gravou para a DEA os diálogos que teve com Ramírez em 2013.

Ele afirma que em uma conversa, Ramírez disse “Você sabe que a ‘chinesa’ (Keiko Fujimori) me deu 15 milhões de dólares na campanha anterior para lavá-los, para a campanha de 2011, das eleições, e eu os lavei através de uma rede de postos de combustível?”. Tudo isso ficou gravado e está em poder da DEA, afirmou.

“É meu dever como peruano denunciar estas pessoas e que não nos surpreendam mais uma vez. Ninguém me pagou um centavo para falar”, esclareceu Vásquez ao Cuarto Poder.

Keiko Fujimori, de 40 anos, é filha do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000), que atualmente cumpre uma condenação de 25 anos por crimes de corrupção e contra a humanidade. Em 2011, disputou a presidência e perdeu para Ollanta Humala.

Em sua segunda tentativa, competirá com o economista de centro-direita Pedro Pablo Kuczynski.

Na noite de domingo, Fujimori negou estar envolvida no tema. “Jamais entreguei dinheiro ao senhor Ramírez (…) O que vamos fazer nos próximos dias é pedir um relatório à DEA, para que nos detalhe se é certa a informação, e dependendo disso poderemos tomar uma decisão”, comentou ao Cuarto Poder.

mav/md/mvv