“O que eu vivi já foi simplesmente único”, se emocionou nesta terça-feira a lenda viva do judô Teddy Riner, recebido como herói junto com a delegação francesa no aeroporto de Paris, depois de passar a noite no avião que o trouxe de volta dos Jogos do Rio, onde se sagrou bicampeão olímpico dos pesos pesados.

– Você foi recebido de forma incrível no aeroporto, qual foi seu sentimento?

“Foi um momento maravilhoso. Não esperávamos por isso, não pensávamos que seríamos ovacionados dessa forma ao desembarcar do Rio. Foi simplesmente excepcional. Disse a todos que tinham que saborear muito esses momentos, são coisas que poderemos contar aos nosso filhos no futuro. É como se ainda estivéssemos no clima dos Jogos.

– O que essa segunda medalha de ouro olímpica representa para você?

“Foi uma façanha pessoal, antes de mais nada. Ter conseguido o bicampeonato é um grande orgulho para mim, porque meu ciclo olímpico foi complicado. Porque eu tive essa cirurgia e que sempre tinha que voltar a treinar duro para me manter no topo. Apesar de todos os problemas, consegui voltar ao melhor nível para buscar essa segunda medalha de ouro. Havia muita pressão em cima das minhas costas, porque o judô francês teve um início difícil no Rio. Ainda bem que conseguimos essas medalhas no final (no mesmo dia em que Teddy conquistou o bi, Emilie Andeol também levou o ouro, na categoria acima de 78 kg). Afinal, nosso desempenho foi superior a Londres (2 ouros, 2 pratas e um bronzes no Rio contra 2 ouros e cinco bronzes na capital inglesa), do ponto de vista qualitativo, e a França quebrou seu recorde de medalhas no geral (42)”.

-Vocês sentiu mais responsabilidade por ter sido o porta-bandeira?

“É muita responsabilidade. Eu que eu vivi no Rio foi algo único da vida de um atleta de alto rendimento. Vivi os Jogos de dentro. Eu torci por todos meus amigos, todos os atletas franceses. Às vezes, assistia a quatro ou cinco competições no mesmo dia. Eu pegava engarrafamento porque o trânsito estava meio tenso por lá. Mas é isso… Nunca me esquecerei do que vivi nessa Olimpíada. Foram muitas risadas, confissões íntimas, trocas… Foi um momento muito bacana. Sou apaixonado por esporte, e viver os Jogos dessa forma é algo excepcional”.

-Você está ansioso para a cerimônia no Palácio do Eliseu (residência do presidente da República)?

“É sempre uma honra ser recebido pelo Chefe de Estados. Não é a primeira vez, mas cada vez que acontece, é algo único. Nem todo mundo tem essa oportunidade.

-O que você deseja agora?

“Boas férias. Preciso de descanso. Agora, só quero me preocupar com coisas do tipo: como vou para a praia, que bermuda vou usar…

Declarações colhidas por Antoine GUY

agu/adc/lg/mvv