“Essa restauração dá ao filme uma conclusão mais apropriada para a história” Francis Ford Coppola, diretor (Crédito: Stephane Cardinale Corbis)

Em uma das cenas mais famosas de “O Poderoso Chefão III”, Michael Corleone, personagem de Al Pacino, se vê envolvido novamente com a Máfia após um período em que se afastou para tentar legalizar seus negócios. “Quando penso que estou fora, eles me puxam de volta para dentro”, desabafa. A frase poderia ser dita pelo diretor Francis Ford Coppola: trinta anos após encerrar sua trilogia, ele pensava que estava fora, mas seus personagens o puxaram de volta.

Os dois primeiros filmes de “O Poderoso Chefão” são tão bem sucedidos que o terceiro sempre foi considerado inferior. Bobagem: a nova versão restaurada por Coppola prova que ele envelheceu bem como um centenário Barolo. “Reorganizei cenas e combinações musicais. Com as mudanças, mais a filmagem e o som restaurados, é, para mim, uma conclusão mais apropriada para a história”, explicou Coppola. O nome também mudou, passando a ser o idealizado pelo escritor da saga, Mario Puzo. “O Poderoso Chefão de Mario Puzo – Desfecho: A Morte de Michael Corleone”. Em inglês, o título ganhou a palavra “Coda”, expressão que designa a parte final de uma música. Tudo a ver com o filme, uma vez que a ópera é sua metáfora principal. Coppola fez uma restauração quadro a quadro e substituiu 50 cenas por tomadas originais, inclusive mudando o final. O processo levou seis meses e envolveu pesquisas em 300 caixas de negativos originais. O resultado pode ser visto não só no cinema, mas também no streaming Net Now e Apple TV, entre outros. Assistir à nova versão é uma proposta que nenhum amante do cinema poderá recusar.

50 anos do clássico
“O Poderoso Chefão”, de Mario Puzo

Para comemorar o centenário do escritor Mario Puzo e os 50 anos do lançamento de “O Poderoso Chefão”, a obra ganha edição de luxo em capa dura e tradução de Denise Bottman (ed. Record). Em linguagem seca e direta, o autor italiano, morto em 1999, narra o submundo da Máfia italiana em Nova York e a saga da família Corleone a partir do ponto de vista de Dom Vito Corleone, papel imortalizado por Marlon Brando no cinema.