O atacante Mario Balotelli afirmou que não precisa ser o capitão da Itália para ser um exemplo. “Estou aqui para marcar gols. Você também pode ser um exemplo sem usar a braçadeira”, disse o atacante em coletiva de imprensa neste domingo, véspera do amistoso contra a Holanda, na Allianz Arena, na Alemanha.

No início da semana, quando o atleta de origem negra jogou pela seleção de seu país pela primeira vez em quase quatro anos, em amistoso contra a Arábia Saudita, na Suíça, uma faixa da torcida italiana dizia: “Meu capitão é de sangue italiano”. Como Balotelli é um dos jogadores mais experientes do atual plantel da Itália, era cotado para ser o capitão da equipe. O ato reacendeu a polêmica sobre racismo e imigração.

Balotelli, filho de um casal de imigrantes de Gana, nasceu em Palermo, na Itália. E, mais uma vez, contra-atacou. “Seria um bom sinal para os imigrantes africanos eu representar o meu país como alguém de origem africana e capitão”, disse o jogador, que entrou nas esferas política e cultural.

“O racismo realmente dói”, disse, para depois acrescentar: “É hora de a Itália se tornar como muitos outros países – mais abertos – e começar a integrar as pessoas que vêm de fora”.

Balotelli não jogava pela Itália desde a Copa do Mundo de 2014, no Brasil. Ele disse que entende por que o ex-técnico da seleção italiana Antonio Conte não o utilizou em sua passagem pelo comando da equipe nacional. “Eu não estava em boa forma”, admitiu.

Mas o atacante não tem a mesma visão sobre o outro treinador, Gian Piero Ventura. “Com Ventura eu não tenho ideia. Nos falamos, mas eu não entendi as explicações e eu estava indo bem”, disse. “Mas ele foi o treinador e por isso eu respeito a sua decisão.”

Ventura foi demitido em novembro depois que a Itália não conseguiu se classificar para a Copa do Mundo pela primeira vez em seis décadas.

Balotelli foi convocado pelo atual técnico da seleção italiana, Roberto Mancini, que anunciou que o atacante não iria começar a partida contra a Holanda, revelando que a linha de ataque será composta por Simone Verdi, Andrea Belotti e Lorenzo Insigne.