Pouco tempo de descanso e muito trabalho pela frente. Após a goleada por 5 a 0 sobre a China na estreia dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, na última quarta-feira (21), a seleção brasileira feminina de futebol já se prepara para o próximo desafio contra a Holanda, neste sábado (24). No treino desta quinta, as titulares da primeira partida fizeram atividades regenerativas para amenizar o desgaste físico. Já as reservas desenvolveram um trabalho de 4 contra 4 no campo reduzido, que aprimora a posse de bola e a compactação defensiva.

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Depois dos trabalhos, funcionários locais fizeram uma simpática homenagem às brasileiras. Elas cantaram uma versão em japonês da música “Brasil Chegou”, tema lançado pala CBF para embalar a Seleção feminina. Marta devolveu a simpatia tentando aprender a canção em japonês.

A atacante Andressa Alves, que sofreu e converteu um pênalti após ser acionada pela técnica sueca Pia Sundhage no segundo tempo, avaliou o desempenho do Brasil no último jogo e projetou a próxima partida. “Por ser estreia, há sempre aquele nervosismo. Acredito que contra a Holanda estaremos ainda mais preparadas. A comissão técnica já está estudando o que fizemos de bom e ruim contra a China. De um jogo para o outro, mesmo se você fizer a partida perfeita, sempre tem algo para melhorar”, disse.

Atuando na Roma, Andressa Alves conhece bem o estilo de jogo europeu. Ela acendeu o alerta para os destaques individuais e os pontos fortes das próximas adversárias.

“O futebol europeu geralmente é bem forte fisicamente. Já joguei com a Lieke (Martens), é uma jogadora diferenciada, habilidosa, que tem um chute muito potente quando corta para dentro, como o Philippe Coutinho, por exemplo. E a Miedema, dentro da área, é matadora. Acredito que as duas fazem a diferença no time da Holanda, que tem um conjunto muito forte. Precisamos ter atenção com elas, mas temos uma defesa muito boa para pará-las”, projetou.

A lateral Tamires também detalhou a preparação do Brasil. “A gente conhece mais o estilo de jogo da Holanda. Elas têm bastante velocidade, exploram bastante as beiradas. Nesta sexta, teremos nossa reunião para definir plano de jogo, ver o que a Pia vai passar de estratégia. Será um bom teste para nós, que temos treinado bastante essa linha defensiva e viemos aprimorando a compactação. Na última vez que as enfrentamos, tivemos boas chances de gol. Nosso trabalho vem evoluindo também e espero que a gente possa executar bem esse plano de jogo que a Pia gosta”, disse Tamires, lembrando o confronto no Torneio Internacional da França. Na ocasião, Brasil e Holanda empataram sem gols.

As vice-campeãs mundiais também estrearam em Tóquio com goleada, aplicando 10 a 3 sobre a Zâmbia. Para Tamires, a velocidade característica do ataque brasileiro pode ser um trunfo contra as holandesas.

“No nosso último jogo contra elas, vimos que elas não têm uma linha defensiva tão rápida quanto a ofensiva, então temos que estar sempre ligadas e tentar usar desse ponto forte que temos, que é a velocidade tanto das alas quanto das duas atacantes. Foi mérito da Zâmbia ter feito esses três gols. E espero que, a partir dessa reunião com a comissão técnica, a gente possa saber os pontos certos e como explorá-los da melhor forma para chegar ao gol”, projetou.

O Brasil faz mais um treino nesta sexta-feira, no Sendai Stadium, antes do duelo contra a Holanda. A seleção volta ao campo do Miyagi Stadium, palco da estreia, neste sábado, às 8 horas (de Brasília).