Em plena metamorfose após a decepção na Rússia, o Brasil de Neymar voltará ao laboratório de testes no amistoso de sexta-feira contra a Arábia Saudita, quatro dias antes de medir forças com a Argentina, no que será o primeiro grande desafio no caminho do próximo objetivo: a Copa América em casa de 2019.

O duelo, que será disputado em Riade às 21h00 locais (15h00 no horário de Brasília), será o terceiro jogo do Brasil nesse novo ciclo, depois das cômodas vitórias contra Estados Unidos (2-0) e El Salvador (5-0) em setembro, com Neymar como capitão definitivo da equipe.

– Idas e voltas –

Superado o golpe da eliminação nas quartas de final da Copa do Mundo da Rússia para a Bélgica, Tite anunciou que usaria o restante do ano para realizar algumas experiências.

Recém-renovado no cargo por mais um ciclo completo, Tite segue tendo como obsessão a conquista do hexacampeonato mundial que escapou na Rússia. Mas ainda falta uma eternidade até a Copa do Catar-2022 e alguns dos pilares da equipe já não são tão jovens.

Não viajaram à Arábia Saudita Thiago Silva e Willian -ausente de uma convocação pela primeira vez em cinco anos-, num grupo com dez novidades em relação à equipe da Copa, incluindo o renascido Lucas Moura, que voltou à Seleção graças à grande fase que vive no Tottenham inglês.

Tite, contudo, já avisou que as ausências não significam nada, como prova a volta de Gabriel Jesus, ignorado nas convocações para os amistosos de setembro, quando ainda sofria com as críticas pelas atuações decepcionantes na Rússia.

Mas o atacante do Manchester City -provavelmente titular na sexta-feira- ganhou mais um concorrente na briga para ser o matador da Seleção, já que, além da presença do consagrado Roberto Firmino, viu a chegada de Richarlison, autor de dois gols contra El Salvador.

As maiores mudanças são esperadas no setor defensivo, com Ederson sendo testado no gol, Fabinho e Alex Sandro nas laterais e Marquinhos e o estreante Pablo na zaga. Só Casemiro, Philippe Coutinho e Neymar continuam intocáveis na equipe.

“Será um jogo muito difícil, a Arábia Saudita não é uma equipe tão conhecida, mas contra a seleção brasileira todos querem jogar bem, se mostrar”, valorizou o meia Fred, do Manchester United.

– Argentina em mente –

Apesar de tudo, a atenção da Seleção estará focada no duelo de terça-feira contra a Argentina, o primeiro grande desafio do novo ciclo.

Embora seja apenas um amistoso, e sem Lionel Messi, Tite já avisou que todos os clássicos são importantes, não importa onde sejam disputados.

E ele sabe bem disso. Durante a brilhante etapa de preparação para a Copa do Mundo da Rússia -na qual ressuscitou o Brasil com 17 vitórias em 21 jogos-, Tite teve apenas uma mancha no impecável currículo: uma derrota para a Argentina (1-0) em amistoso disputado na Austrália, em junho de 2017.

Agora, Tite vai querer dar o troco colocando o que tem de melhor para enfrentar uma Argentina em reconstrução sob o comando do técnico Lionel Scaloni.

“Mesmo sem Messi, tenho certeza que vai ser um grande jogo, um grande clássico. Eu quero ganhar da Argentina, com ou sem Messi”, garantiu Philippe Coutinho, companheiro do craque argentino no Barcelona.

Coutinho voltará a jogar ao lado do amigo Neymar, que começou outro ciclo balançando as redes. Com 59 gols, o camisa 10 da Seleção está a apenas três de igualar Ronaldo ‘Fenômeno’ como segundo artilheiro histórico do Brasil em jogos oficiais.

– ‘Falcões’ serenos –

Na teoria, a Seleção não deve encontrar muita dificuldade contra a Arábia Saudita do técnico argentino Juan Antonio Pizzi, que parece ter conseguido acalmar os ânimos de uma equipe que teve três técnicos em um ano.

Pizzi assumiu o cargo em novembro do ano passado e comandou os Falcões na Copa do Mundo da Rússia, onde foram eliminados na fase de grupos, com derrotas para Uruguai e Rússia e uma vitória sobre o Egito.

A campanha na Rússia valeu a Pizzi uma renovação de contrato até a Copa da Ásia, em janeiro de 2019.

– Prováveis escalações:

Arábia Saudita: Mohammed Al Owais – Al Mowalad, Omar Hawsawi, Mohamed Al-Burayk, Yasir Al-Shahrani – Mohammed Kanno, Abdullah Otayf, Housain Al-Mogahwi, Salman Al-Faraj, Yayha Al-Shehri – Salem Al-Dawsari. T: Juan Antonio Pizzi.

Brasil: Ederson – Fabinho, Marquinhos, Pablo, Alex Sandro – Casemiro – Fred, Renato Augusto, Coutinho, Neymar – Gabriel Jesus. T: Tite.

rs/ol/am