Enquanto o caratê estava restrito aos Jogos Pan-Americanos, obviamente desconsiderando os eventos exclusivos da modalidade, Valéria Kumizaki conquistou três importantes medalhas no Pan, a prata no Rio de Janeiro, em 2007, o bronze em Guadalajara, no México, quatro anos depois, e o ouro em Toronto, no Canadá, em 2015.

Só que para os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, o caratê estará no programa olímpico pela primeira vez e o status da modalidade neste Pan em Lima será bem diferente. “A expectativa é enorme e vou em busca da quarta medalha, se Deus quiser outra de ouro. Essa edição do Pan-Americano para o caratê é muito importante, pois vai ajudar na classificação para a Olimpíada”, disse a carateca.

Valéria começou a praticar o caratê aos 16 anos, por acaso. Ela estava na sala de aula e duas amigas falaram que estavam fazendo uma aula experimental. A garota foi lá, se matriculou e nunca mais parou. O sucesso foi fulminante e em três anos ela já estava na seleção brasileira e foi campeã mundial júnior.

Agora, aos 34 anos, a atleta de Presidente Prudente, no interior paulista, sabe que a Olimpíada fará enorme diferença em sua carreira. “O auge de qualquer atleta são os Jogos Olímpicos. A comunidade do caratê sempre sonhou com isso. Agora, esse sonho virou realidade e eu estou correndo para conseguir a vaga em Tóquio. Nessa corrida olímpica, eu tive bom resultado em Dubai (etapa da Premier League de caratê), com o bronze , e continuo treinando e correndo para a classificação que termina ano que vem.”

Segundo Valéria, depois da entrada do caratê no programa olímpico, tudo melhorou para ela. “Eu tenho o apoio do bolsa pódio, do Exército brasileiro, agora da Ajinomoto, da Adidas, da Unimed, então agora o foco mesmo é estar bem preparada. Patrocínio não é mais problema para mim, felizmente”, disse.

Focada para sua estreia no Pan, marcada para este sábado (ela compete na categoria kumitê, para atletas de até 55kg), ela garante estar preparada para os desafios, até porque a modalidade tem muitas atletas novas e países como Canadá, Venezuela e México, possuem representantes fortes, que também podem conquistar uma medalha em Lima. “Estou focada e quero repetir mais uma medalha no Pan. Quero mais uma de ouro”, avisou.

A classificação para Tóquio-2020 é mais complexa e o campeão do Pan não garante vaga diretamente. A corrida olímpica é composta pelo somatório de pontos de vários campeonatos – os pontos conquistados pela campeã pan-americana devem ajudar bastante qualquer atleta. “Queremos classificar o maior número de atletas brasileiros. Temos três vagas por continente e quem tiver a vitória no Pan terá uma ajuda enorme na classificação olímpica. A medalha de ouro dá prioridade pra vaga continental”, diz Valéria.

Além das três medalhas em Jogos Pan-Americanos e do bronze na etapa da Premier League em Dubai, a carateca brasileira também foi vice-campeã mundial em 2016, medalhista de ouro nos Jogos Mundiais de Karatê de 2017 e porta-bandeira do Time Brasil nos Jogos Sul-Americanos de Cochabamba, na Bolívia, em 2018.