O advogado Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas, afirmou à IstoÉ que Simone Tebet (MDB), ministra do Planejamento e Orçamento do governo Lula (PT), tem se encontrado com empresários de São Paulo para “mostrar sua experiência” à frente da pasta e defendeu os “laços inquestionáveis” da ex-senadora com o estado.
Antes de chegar à Esplanada, a emedebista foi vice-governadora e senadora do Mato Grosso do Sul. “A relação da ministra com o estado [MS] é privilegiada, mas ela tem laços inquestionáveis com São Paulo e uma identidade com nossas principais angústias. Duas de suas filhas residem no estado, onde ela passa férias”, afirmou.
Em mais de uma oportunidade, Tebet foi aventada por petistas como possível candidata ao Senado por São Paulo em 2026, com o objetivo de formar um palanque competitivo para Lula, provável candidato à reeleição. Em 2022, quando ficou em terceiro lugar na eleição presidencial, a ministra teve 8,11% dos votos no estado — um desempenho superior ao que teve nacionalmente, de 4,16% –, antes de apoiar o petista no segundo turno.
Questionado sobre o potencial eleitoral dos encontros, Carvalho disse que Tebet tem “credenciais técnicas e espírito público para assumir qualquer função”, mas que o objetivo é “prestar contas de sua experiência no governo”. O advogado ganhou notoriedade durante a Lava Jato, quando o movimento que coordena militou pelo direito de defesa em oposição às práticas da operação, e tem proximidade conhecida com o PT.

Lula abraça Marco Aurélio de Carvalho
A encruzilhada de Tebet
Para concretizar o pleito, Tebet teria de transferir o domicílio eleitoral e avaliar a própria situação partidária. Dividido nacionalmente entre lideranças que apoiam Lula e outras ligadas a Jair Bolsonaro (PL), o MDB paulista pertence ao segundo grupo, tendo no estado o prefeito da capital, Ricardo Nunes, e uma relação próxima com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), um dos principais aliados do ex-presidente.
Em 29 de julho, a ministra afirmou não ver possibilidade de “estar em outro palanque que não o do presidente Lula” e não descartou nem confirmou a possibilidade de ser candidata a algum cargo no ano que vem.
Ao mesmo tempo, Lula e aliados buscam construir palanques estaduais mais amplos em 2026 e ampliar o espaço do campo no Congresso, onde a oposição tem maioria e o grupo de Bolsonaro já trabalha abertamente para ampliar seu espaço. No domingo, 3, o petista admitiu a necessidade de conquistar mais cadeiras no Legislativo.