De morador de rua para a Bienal

Rio – O ex-morador de rua e ex-dependente químico Léo Motta, de 38 anos, que transformou sua experiência de vida no livro “Há vida depois das marquises”, foi um dos destaques na Bienal Internacional do Livro, no Riocentro, ontem. Ele fez uma palestra que contou com a participação de 50 moradores de rua.
“O livro que foi escrito hoje foi feito em um celular usado, não tinha tampa traseira, mas eu insisti. Essa obra só foi possível a partir de doação de pessoas”, disse Leo.
Na plateia estava uma das responsáveis por parte desse sucesso. Era Célia Márcia dos Santos Proença, primeira professora do autor: “Toda professora tem esse sonho de ver o sucesso de cada aluno, mas o êxtase deste momento é maior, porque ele mergulha na escuridão e consegue ressurgir, e além disso não esqueceu daquele nosso encontro, lá atrás. Isso é maravilhoso, não tem preço”, afirmou.
O também ex-morador de rua Leonardo Maciel estava na plateia. “Para mim o lançamento do livro foi muito gratificante e inspirador, porque vendo ele nessa situação, me vejo também, vejo a oportunidade”, disse.
Nesta segunda-feira, a jornalista Susana Naspolini irá mediar mesa sobre superações vividas em hospitais e tribunais com presença de Fábio Barbirato, Gabriela Dias e Andrea Pachá. A Bienal vai até o dia 8 de setembro.